A terça-feira [7 de Setembro] foi algo complicada e como andava há
uns dias com uma palete de cerveja e uma caixa de garrafas de água na
mala do Besouro resolvi pará-lo em frente a casa e descarregá-lo. O
estacionamento em frente a casa só é autorizado depois das 6pm e
antes das 7am, pelo que como saí tarde do trabalho e fui ao
supermercado, quando cheguei já podia estacionar. E nunca mais me
lembrei que não tinha posto o Besouro na garagem.
Às 5h, aquando da normal paragem de sono para uma ida ao quarto-de-
banho, ouvi alguns barulhos estranhos na rua e lembrei-me das
histórias de assaltos a carros em Reading. E lembrei-me do Besouro! E
lembrei-me que às 7h ia ser multado se até lá não roubassem o
Besouro. Então saí às 5h20m, de calções, sweatshirt e chinelos para
estacionar o Besouro na garagem que fica a cerca de 100m da casa.
Claro que quando voltei não dormi mais.
A segunda coisa que influenciou bastante a minha condução da
bicicleta foi o facto de estes britânicos usarem os travões ao
contrário. Sim! A manete esquerda é o travão de trás e a manete
direita o da frente. Agora imaginem quem está habituado a travar com
o travão de trás e usa o da frente para travagens mais exigentes.
Acontece um imprevisto e o instinto diz para puxar a manete direita.
E a manete direita está ligada a um travão de disco de 100mm com
potência suficiente para nos fazer voar sobre a barra do guiador e
projectar contra aquelas árvores que andam a grande velocidade nos
bosques cerrados da Inglaterra. Juntar isto ao facto de estar sem
capacete torna a viagem ainda mais adrenalizante (uma palavra nova).
Assim passava a maioria das descidas a pensar com que mão travar e
muitas das vezes simplesmente tirava os dedos da manete direita, como
prevenção contra o meu próprio instinto. Mas não aconteceu nada. Acho
que vou sentir o mesmo quando voltar a pegar na minha Vaynessa. Da
mesma maneira que conduzir de novo em Portugal vai ser uma aventura.
Ah! E ainda houve mais uma coisa que me complicou o andamento e, que
me acontece sempre que ando noutra bicicleta que não a Vaynessa, que
é o facto de as velocidades de trás funcionarem ao contrário. Mas
esse é um problema meu mais do que dos outros, porque nesse caso é a
Vaynessa que tem um sistema diferente das outras. Invertida!
Mas foi muito bom e já estou à espera da próxima quarta-feira.
Ah! E na última edição do Vespertino (18) onde se lê Pingbourne
deveria ler-se Pangbourne (obrigado Freddy).
[N.R. - Já emendado nesta edição.] |