4 CRÓNICA O Vespertino de Reading 13 de Agosto de 2004

Há coisas inexplicáveis

Já tenho o meu ExpressoChoc (53 ali na máquina da Cantina). Hoje é Casual Day (o dia da semana em que os funcionários podem vir para o trabalho vestidos de uma maneira mais relaxada). É sexta-feira. E é sexta-feira 13.

Hoje, por ser Casual Day, é que se vê como as pessoas se vestem na sua vida fora do escritório. É de rir! Eles levam isto mesmo a sério e vê-se cada barbaridade. Há pessoas que eu nunca imaginaria que seriam capazes de vestir calças de ganga e outros que mais valia que não o fizessem. Depois há outras que trazem sempre a mesma roupa no Casual Day, como Ian T. que continua com o mesmo polo de rugby que lhe conheci há dois anos e meio. Eu cá vim normal! Para mim é sempre Casual Day. Aliás porque o fato continua em casa do Freddy.

Zero (com o Telemóvel) - Fotografia de Rui Gonçalves

Já me estou a habituar. Ontem nem comi a segunda metade da sandes do pequeno-almoço. Qualquer dia já consigo sobreviver com uma sandes por dia. E depois engordo 8 quilos quando chegar a Portugal, como aconteceu quando retornei dos Estados Unidos. O que vale é que daqui se vai a Portugal mais facilmente do que da Califórnia.

Mas, aqui há coisas inexplicáveis. Como por exemplo, o facto da sanita lá do apartamento não ter tampa. O Feng Shui diz mesmo que nunca se deve deixar a tampa aberta porque a energia negativa flui da sanita e estes tipos nem tampa põem. Nem é bem porque a energia negativa flui para dentro da casa pela sanita, mas se considerarmos os maus cheiros uma energia negativa (positiva não deve ser) bem que é verdade e ela flui.

Também, ainda não dei com os contentores do lixo. Na quarta [11 de Agosto de 2004] quando saímos do apartamento para levar o lixo deitámo-lo nuns contentores à porta do Kentucky Fried Chicken. Hoje fiquei a saber que os contentores eram mesmo do KFC, porque não estavam lá de manhã. Deitei o lixo noutros contentores de um edifício de escritórios que tinham o portão da garagem aberta. Tenho que procurar melhor.

Ainda por causa do apartamento, a rua é muito barulhenta e decidimos ver se conseguimos mudar para as traseiras do prédio. Hoje uns bêbados decidiram fazer a festa mesmo em frente ao apartamento às tantas da manhã. Mesmo do quarto andar aquilo é muito barulho. E, como aquilo é do género aparthotel, não deve ser difícil mudar. O que acontece é que, nas traseiras, são estúdios e hoje vou ver um para ver se me quero mudar para um apartamento mais pequeno.

Ah! E hoje, dei boleia a dois japoneses. O Asai-san e outro que não sei o nome. O Asai-san conheci-o em Sapporo e voltei a encontrá-lo em Kamoi, das duas vezes que estive no Japão. Foi uma surpresa vê-lo aqui na terça [10 de Agosto de 2004] e até me deu um bolo japonês. Um bolo que eu também trouxe da primeira vez que lá fui e que se estragou porque ninguém gostou muito daquilo. Eles chamam-lhe Galinhas Bébés ou coisa parecida. É feito com uma carrada de ovos e muito açúcar o que o torna enjoativo. Claro que tive que o comer, embora nem me fosse desagradável. Mas se houvesse um segundo bolo...

E continuo a tentar não ser atropelado. Como diz a Cláudia, se nos apetecer olhar para um lado da estrada é porque os carros vêm do outro. Aqui, temos que contrariar os nosso impulsos primários.



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