Saí de casa já tarde, chovia bastante (e novidades? Perguntam vocês) e fui a pé até à garagem onde está o Besouro. Saí e virei à direita – Dead End! Meia volta e virei na próxima rua – Bus Only. Meia volta e virei na seguinte! Ufa! Mete velocidade, tira velocidade e a mão esquerda já tá cansada. Mas o pior problema é lembrar-me que o cinto de segurança está à direita e o travão de mão à esquerda. De resto vai tudo com o hábito...
Lá vim até ao escritório em passo de caracol porque estes tipos são como nós e quando chove sai tudo de carro. Ou seja, todos os dias! Cheguei ao parque de estacionamento e no primeiro lugar, estacionei.
Quando entrei no escritório fiquei com a sensação que me tinha esquecido de alguma coisa. “Será que puxei o travão de mão?” Voltei atrás e fui ver. Era fácil de ver qual era o Besouro, porque era o único naquela fila de 30 carros e em quase todo o parque de estacionamento, que estava virado de traseira. Fiquei mesmo com a sensação que estava a cometer um crime. Mas não mexi no carro. Deve ser o trauma da monotonia (a que eles devem chamar organização).
De resto a vida segue como de costume. Não dormi muito porque o apartamento é mesmo no centro de Reading e há sempre barulhos, autocarros a passar e camiões a descarregar mercadorias. Além disso as janelas não têm persianas mas sim estores o que deixa entrar montes de luz. Mas eu habituo-me. Nos Estados Unidos nem estores tinha no meu quarto.
Ontem à noite (evening) consegui trazer tudo de casa do Freddy, na minha primeira experiência de condução com um carro-do-avesso e ainda por cima à chuva. Passei cada tanja à berma da estrada que cheguei a temer que estava a dar cabo das jantes. Mas consegui parar o carro em frente ao prédio (graças ao Freddy) e descarregar as malas. Esqueci-me foi do fato, mas também não me parece que vá precisar dele por agora. A não ser que seja impermeável.
Fui jantar ao Pizza Express, um restaurante italiano mesmo no centro de Reading, com o Freddy e com a Cláudia. Claro que como é normal em todo o lado trabalha um português e não foi surpresa quando no final da refeição a empregada pergunta-nos, com um ligeiro sotaque madeirense, “Querem ver o Dessert Menu?”. “Não, obrigado! Traga apenas a conta.”
Ainda bebemos um copo, mas fomos cedo para casa. Era segunda-feira [09 de Agosto de 2004]. |