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TERÇA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 2004 |
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1288 dias
"Sem razão aparente, mas porque já o tinha decidido há muito, ontem, 2 de Abril de 2004, fiz a minha segunda tatuagem." assim começa um post no meu blog com a data de 3 de Abril de 2004.
"Sim, doeu! Doeu mais que a primeira. A primeira tatuagem foi feita na parte exterior da perna (direita), numa zona menos sensível, que a actual que foi feita na parte interior do braço (esquerdo). Mas doeu mais depois de feita que propriamente a fazer. Aliás a dor é comparável a uma ferida feita quando se raspa a pele numa superfície abrasiva e faz ferida. Tipo uma queimadura leve. (Isto era só para responder à primeira pergunta que vos veio à cabeça.)"
"(Para responder à segunda) Este é uma variação minha sobre um símbolo nórdico conhecido hoje em dia como Cruz de St. Hans (ou de S. João), que é usado na Finlândia (e na Suécia) para indicar sítios de interesse turístico e/ou paisagístico. Desde que visitei a Finlândia em 2001 que o tinha na cabeça. Agora tenho-o marcado no corpo."
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"É um símbolo encontrado em muitas gravuras e pinturas rupestres na Escandinávia e Finlândia. Mas, mais tarde foi usado no Kabbalah e como símbolo no Zodíaco. Mas, há quem defenda que é uma variação de um símbolo germânico, chamado de Nó Escudo (Shieldknot) que simboliza o facto de que tudo na vida está ligado pelo destino e que cada acção tem sempre uma reacção."
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Como diz num site sobre símbolos germânicos:
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Cross of St. Hans: this symbol, which is nowadays known as the st. Hans or st. John cross, was used on Scandinavian rock paintings, in later times it was connected to cabbalistic magic and zodiac signs though it was probably an alternative version of the shieldknot. |
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Shieldknot: the shieldknot probably symbolized protection or defence, there are many versions of the shieldknot; knotted and intertwined designs often occur in Germanic art and it may represent the believe that everything is this world is intertwined by Wurðís ("fate"), and that every action has a reaction.
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Mas como disse no tal post "o que interessa é o que me diz a mim. E eu, como já em tempos escrevi, acredito que todas as nossas acções na vida tem sempre uma reacção (é a física), embora haja um factor fixo que há quem chame de destino ou sorte, mas que não nos controla a vida, embora por vezes condicione. Porém são sempre, ou na maioria das vezes, as nossas acções que condicionam a nossa vida. Por isso acho que esta simbologia diz com a minha maneira de viver."
E o que eu uma vez escrevi, escrevi-o na Crónica depois da Califórnia 5. A 21 de Abril de 2003 escrevi que "Para mim, a melhor metáfora acerca deste assunto, que eu já alguma vez vi numa fábula, é a que o argumentista Neil Gaiman faz numa sequela em Banda Desenhada chamada Sandman. Sandman é a história de um deus menor que governa os nossos sonhos, de seu nome Sandman, Dream ou Morpheus (lembram-se do Matrix?). Pois Dream tem seis irmãos e irmãs todos com nomes começados por D - Desire, Death, Delirium, Destruction, Despair e Destiny. Cada um dos seus irmãos são deuses menores que governam um diferente mundo. O mundo de Destiny é um jardim gótico só com caminhos que se cruzam e entroncamentos. Estes caminhos representam os diferentes percursos que nós tomamos na nossa vida. Cada cruzamento é um encontro e cada entroncamento uma opção. Cada opção leva-nos sempre a opções diferentes e assim traçamos o nosso caminho.
Embora eu acredite que alguns de vocês acham que o facto de haverem caminhos traçados signifique que há um destino traçado, eu acredito mais que as opções cabem-nos sempre a nós."
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Mas no post continuo "Por outro lado a visita à Finlândia marcou-me muito. Ainda hoje recordo aquelas férias como umas das mais calmas da minha vida. E marcou um período de viragem na minha vida, depois da chegada da Califórnia. Foi a altura em que comecei a deixar de ter pena de ter voltado e comecei a recordar o facto de lá ter estado como um período feliz, de muitos que ainda iria ter na vida. Assim como a viagem à Finlândia foi um período feliz da minha vida."
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"Por fim, na minha última visita ao Japão, nas infidáveis horas de trabalho e enquanto me distraía com uma procura na internet sobre viagens ou yoga encontrei um símbolo (nó) tibetano que representa o karma ou ciclo infinito de reencarnação. Supostamente este símbolo foi desenhado pelo Buda quando este atingiu o estado máximo de percepção ou a iluminação pelo que é suposto trazer sorte a quem o usa. Eu também o desenhei no meu Moleskine (um bloco de notas famoso) porque gostei da sua simbologia. No dia seguinte, estava de folga, e num passeio em Shibuya, encontrei um colar com um símbolo semelhante e comprei-o. Achei que era um sinal ou uma bela coincidência. Desde esse dia que uso esse colar comprado em Shibuya com a variação chinesa (Ming) do nó tibetano e que é muito semelhante ao símbolo que agora tatuei, quer em forma, quer em simbologia."
"Por estas razões todas, 1288 dias depois, fiz a minha segunda tatuagem."
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Umas semanas mais tarde, num outro post, esclareci:
"Já muita gente me perguntou se a tatuagem que fiz é igual ao colar que trago ao pescoço. Bem! São diferentes embora representem quase a mesma coisa. Quanto à origem é pouco provável que sejam idênticos, uma vez que o símbolo da tatuagem é nórdico e o do colar é chinês. Ambos com algumas centenas (se não milhares) anos de existência, pelo que à idade que remontam seja pouco provável que tenham havido contactos entre os dois povos. (Embora há quem diga que os Hunos que invadiram a Europa também andaram pela China.)"
"Mas, se o da tatuagem (Cruz de St. Hans) simboliza que cada acção tem sempre uma reacção ou seja que tudo o que fazemos produz sempre algum efeito, por mais pequena que seja a nossa acção (boa ou má), o nó de Ming (baseado no tibetano) simboliza o processo de reencarnação que está vinculado ao conceito de karma segundo o qual cada um paga, na próxima reencarnação, pelo bem ou mal feito no presente."
"Como vêem os conceitos não são tão díspares, mas a Cruz de St. Hans tem quatro voltas e o nó de Ming tem seis."
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Ainda editei mais um post em que apelava à consciência de cada um, mas não vou transcrevê-lo. Leiam-no no blog.
Acho que está na altura de mostrar a tatuagem.
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Tudo isto, porque estou feliz com a minha segunda tatuagem e queria partilhar isso convosco.
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E, se alguma vez forem a Aveiro e quiserem fazer uma tatuagem, telefonem ao Fred, ou vão ao Centro Comercial Oita, Lj. 121. Fica aqui o cartão:
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Primeira Página: Página I Col. 1
Terceira Tatuagem: Página T3 Col. 1 |
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