TERÇA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2000 P1
A Bandeira e a Ponte do Ferry de Sausalito - Fotografia de Rui Gonçalves

Prefácio

As histórias que estão prestes a ler são a pura realidade, qualquer semelhança entre as mesmas e alguma obra de ficção é pura coincidência.

Tudo isto começou em Outubro de 1999, ou mesmo em Junho do mesmo ano, quando o meu amigo João Oom decidiu candidatar-se ao programa Contacto@ICEP e como não tinha acesso à Internet, foi fazê-lo a minha casa. Eu como não tinha nada a perder candidatei-me também. Eu fui chamado para fazer testes e ele, infelizmente, só foi chamado para a segunda fase do programa, a que foi dado o nome de Contacto Tecnológico.

Mas estava eu a dizer que começou em Outubro, porque foi nesse mês que o programa realmente começou com um curso de duas semanas, em regime de internato no Hotel Estoril Sol em Lisboa. Éramos cerca de 150 estagiários fechados num hotel, com sessões de formação desde o amanhecer ao pôr-do-sol. Foi nessa altura que nos conhecemos.

 E foi nessa altura que soubemos os nossos destinos de estágio no estrangeiro. Os locais do mundo onde estaríamos desde Janeiro a Outubro de 2000. A mim e mais 18 contacteantes foi-nos dado como destino a zona da baía de São Francisco, aquela zona que de um modo lato se chama de Silicon Valley.

Desde que cheguei, aos Estados Unidos da América, que resolvi começar a contar algumas das aventuras porque passei a alguns dos meus amigos, mas de repente a coisa começou a ser grande demais e exigente demais. Provavelmente notarão uma maior liberdade de escrita nas primeiras crónicas do que nas seguintes, porque de repente encontrei-me a escrever para 85 pessoas, mesmo que dessas poucas leiam realmente as crónicas. Mas isso não é o que mais importa quando eu escrevo as crónicas. Depressa percebi que quando as escrevia me sentia melhor e isso foi importante em algumas situações difíceis. Para além disso, hoje ao compilá-las, volta a lê-las e recordo com prazer aqueles que foram os tempos difíceis da chegada e os bons momentos passados na companhia daqueles que me são mais queridos. Se não tivesse escrito estas crónicas provavelmente não me recordaria de metade das situações aqui contadas.

Eu próprio escrevi e compilei as crónicas. Provavelmente a escrita não é das melhores, porque eu realmente nunca fui muito bom aluno nas cadeiras de letras, mas acho que isso não é importante, não estou a concorrer ao prémio Politzer. Na compilação das crónicas existem três dimensões principais, as épocas, as crónicas e os dias da minha estadia nos Estados Unidos da América.

As crónicas foram transcritas para aqui, da mesma maneira que foram escritas, no dia em que foram escritas e optei por colocar esse pormenor durante o texto para terem uma percepção disso. Apenas foram corrigidos alguns erros ortográficos, introduzidos acentos que não foram colocados originalmente porque os teclados americanos não o permitem e algumas mensagens pessoais que já não estavam no contexto, foram apagadas. Mas, as crónicas estão aqui exactamente como os originais receptores das mesmas as receberam.

Espero que se riam tanto quanto eu ao lê-las. Se não, não as leiam...



Índice: Página I1 Col. 1
Crónicas: Página C1 Col. 1