Prefácio
As histórias que estão prestes a ler
são a pura realidade, qualquer semelhança entre as
mesmas e alguma obra de ficção é pura coincidência.
Tudo isto começou em Outubro de 1999, ou
mesmo em Junho do mesmo ano, quando o meu amigo João Oom
decidiu candidatar-se ao programa Contacto@ICEP e como não
tinha acesso à Internet, foi fazê-lo a minha casa.
Eu como não tinha nada a perder candidatei-me também.
Eu fui chamado para fazer testes e ele, infelizmente, só foi
chamado para a segunda fase do programa, a que foi dado o nome
de Contacto Tecnológico.
Mas estava eu a dizer que começou em Outubro,
porque foi nesse mês que o programa realmente começou
com um curso de duas semanas, em regime de internato no Hotel Estoril
Sol em Lisboa. Éramos cerca de 150 estagiários fechados
num hotel, com sessões de formação desde o
amanhecer ao pôr-do-sol. Foi nessa altura que nos conhecemos.
E foi nessa altura que soubemos os nossos
destinos de estágio no estrangeiro. Os locais do mundo onde
estaríamos desde Janeiro a Outubro de 2000. A mim e mais
18 contacteantes foi-nos dado como destino a zona da baía
de São Francisco, aquela zona que de um modo lato se chama
de Silicon Valley.
Desde que cheguei, aos Estados Unidos da América,
que resolvi começar a contar algumas das aventuras porque
passei a alguns dos meus amigos, mas de repente a coisa começou
a ser grande demais e exigente demais. Provavelmente notarão
uma maior liberdade de escrita nas primeiras crónicas do
que nas seguintes, porque de repente encontrei-me a escrever para
85 pessoas, mesmo que dessas poucas leiam realmente as crónicas.
Mas isso não é o que mais importa quando eu escrevo
as crónicas. Depressa percebi que quando as escrevia me
sentia melhor e isso foi importante em algumas situações
difíceis. Para além disso, hoje ao compilá-las,
volta a lê-las e recordo com prazer aqueles que foram os
tempos difíceis da chegada e os bons momentos passados na
companhia daqueles que me são mais queridos. Se não
tivesse escrito estas crónicas provavelmente não
me recordaria de metade das situações aqui contadas.
Eu próprio escrevi e compilei as crónicas.
Provavelmente a escrita não é das melhores, porque
eu realmente nunca fui muito bom aluno nas cadeiras de letras,
mas acho que isso não é importante, não estou
a concorrer ao prémio Politzer. Na compilação
das crónicas existem três dimensões principais,
as épocas, as crónicas e os dias da minha estadia
nos Estados Unidos da América.
As crónicas foram transcritas para aqui,
da mesma maneira que foram escritas, no dia em que foram escritas
e optei por colocar esse pormenor durante o texto para terem uma
percepção disso. Apenas foram corrigidos alguns erros
ortográficos, introduzidos acentos que não foram
colocados originalmente porque os teclados americanos não
o permitem e algumas mensagens pessoais que já não
estavam no contexto, foram apagadas. Mas, as crónicas estão
aqui exactamente como os originais receptores das mesmas as receberam.
Espero que se riam tanto quanto eu ao lê-las.
Se não, não as leiam...
|