C132 QUARTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO DE 2000
Escritórios da EAI - Fotografia de Rui Gonçalves

Esta semana tem sido dedicada aos desportos de água. Depois de sábado ter ido fazer Rafting, ontem participado numa regata, hoje foi o dia de finalmente experimentar o kayak do escritório nas águas da baía. Desculpa Tiago, eu sei que aí no deserto é difícil sobreviver a este tipo de comentários, mas sabes que está a acabar e em breve podes desfrutar da ria.

Mas, estas histórias virão mais tarde...

Quarta-feira, 26 de Julho de 2000

Eu já não sei bem se esta parte da crónica aconteceu neste dia ou se na quarta-feira anterior, mas para o efeito é quase irrelevante, porque se eu não vos dissesse nada provavelmente nunca saberiam se realmente estava bem posicionada ou não. Além disso é apenas um episódio que em termos temporais tem pouca relevância.

A verdade é que a Cláudia precisava de acordar a meio da noite para telefonar para Portugal, porque havia nessa manhã uma reunião do grupo de Matemática da Escola Secundária de Albergaria-a-Velha, grupo ao qual ela pertence. Com a porcaria da diferença horária de 8 horas para Portugal e como a reunião era da parte da manhã, fazia com que aqui fosse madrugada. Acordámos às 4h da manhã e usando um telefone velho ligado à linha de fax do Singh lá conseguimos telefonar, usando a minha conta de telefone.

Em Portugal eram 12h e a reunião já tinha acabado, mas, foi difícil falar com as colegas pois os telemóveis estavam desligados. Mas, lá conseguiu falar com uma delas, e saber que tinha corrido tudo bem e que tinha ficado com umas turmas porreiras. Ou aliás, menos más...

Pois como vos disse, não tenho a certeza se isto ocorreu nesta data ou na semana anterior, mas agora é irrelevante.

Eu fui trabalhar e novamente nada de novo se passou. O pessoal continuava para New Orleans e o Floyd começava a desistir de testar o VisConcept. A verdade é que a dada altura se fica tão viciado nos bugs, ou seja, contorna-se os bugs tão bem que nem nos apercebemos que realmente eles existem e nem sequer os apontamos como tal.

A Cláudia foi passear para Sausalito e ficou de passar pelo meu escritório para dar uma vista de olhos e irmos para São Francisco, pois eu tinha uma reunião com o pessoal do meu grupo geográfico em casa da RM&P.

A meio da tarde aparece-me o Jesse e a Cláudia no meu gabinete. Ela trazia uma flor para mim... A princípio, fiquei meio atrapalhado com o gesto, mas as flores não só derretem as mulheres e, eu fiquei derretido. Vermelha a cor do amor...

Uma vez que ela já conhecia o Jesse, fui-lhe apresentar o resto dos tipos que estavam no escritório e fui-lhe mostrar as instalações.

O maluco do Gavin, o anedótico do Floyd e o falador do Robert. Aliás o Robert, que é vendedor, perguntou três vezes à Cláudia se estava a gostar de cá estar, e ela em verdadeiro espírito californiano perguntou-lhe se a insistência dele era para a mandar embora. Ainda na semana passada o Robert andava a pedir desculpa, a mim e à Cláudia, que não era intenção dele mandá-la embora, naquele momento e que apenas estava a conversar, mesmo depois de lhe dizer uma centena de vezes que a Cláudia estava a brincar.

Mostrei-lhe o meu escritório, a varanda com vista sobre a baía e com equipamento de barbecue e a sala de projecção com os écrans gigantes e os óculos 3D. O VisConcept é que não quis correr e não lhe pude mostrar a minha demo. Ela ficou impressionada com o prédio sobre a água e com as condições. As bicicletas nos gabinetes, os matrecos e o kayak no gabinete da Mary-Ann. Um luxo!

Mas, como não havia muito para fazer e como ela tinha chegado mais cedo que o combinado, tive que sair mais cedo. Fomos para São Francisco, com a intenção de ir à Patagonia perto da Ghirardelli na zona do Pier 39. Quando lá chegámos e depois de estacionar e fazer uma centena de metros a pé, a loja estava fechada, para uma qualquer actividade de recolhas de fundos que iria acontecer nessa noite. Ou seja, para um qualquer cocktail ou recepção de gente fina e com dinheiro suficiente para financiar uma qualquer actividade de defesa do ambiente ou alguma expedição com vista a estudar qualquer parte remota do nosso planeta. Tretas para alguém passear à custa dos patrocínios.

Ok! Já que a Patagonia estava fechada e estávamos com o bólide, porque não ir à outlet da North Face. Nem parei o carro. Surpreendentemente havia lugar para estacionar o carro, mesmo em frente à loja... Que surpresa! Já estava fechada! Como é que uma loja fecha regularmente, às 17h30m? Só nesta terra...

Já que estávamos em SOMA - South Of MArket - fomos à outlet da Esprit. Eu não sei para é que me meto nestas coisas. Ainda fui eu que sugeri. Ir a uma loja que só vende roupa de mulher. Só sendo mesmo doido. Mas, pronto, tínhamos uns 40 minutos e não havia grande problema... Pois! O problema é que a Cláudia se perdeu na loja e em vez de 30 minutos, levou 45 a não ver nada que quisesse comprar.

O meu problema e a pressa era porque é sempre difícil arranjar estacionamento perto da casa da RM&P, mas por sorte a coisa foi rápida e afinal estava quase 20 minutos adiantado em relação ao combinado com o meu grupo geográfico.

Já que estávamos nas compras sem comprar nada, fomos à Goodwill, ali mesmo ao lado, para ver se comprava uma fronha para a minha almofada. A Cláudia comprou-me uma almofada da Guess... Que luxo!

Mas, fronhas nem vê-las. Porém não saímos de mãos à abanar. Comprámos um quadro para 4 fotografias, novo em folha por $1.99, um serviço de fondue em cobre por $2.99 e um cantil térmico por $1.99. Um luxo! O quadro já está em Portugal com fotografias a esta hora e o cantil salvou-nos a vida aos dois durante as férias. O fondue é que vai ser um pincel levar para Portugal.

Chegámos a casa da RM&P e tínhamos um excelente jantar de frango com massa, acompanhado com umas cervejas fornecidas aqui pelo je.

Enquanto nós - eu, a Rita, a Patrícia e o Nuno - discutíamos os pontos do trabalho e a viabilidade de os fazer ou não, a Cláudia aproveitava para descansar a ver um bocado de televisão.

O grupo finalmente chegou a consenso e dividiu-se as tarefas. Já passava da meia-noite, e, apesar de estarmos preparados para dormir lá, eu e a Cláudia decidimos voltar para Corte Madera, pois eram apenas 20 minutos e escusámos de estar a incomodar.



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