C108 DOMINGO, 9 DE JULHO DE 2000
O Cartaz da Festa do J&J - Montagem de Rui Gonçalves

Quinta-feira, 22 de Junho de 2000

Quando cheguei ao escritório, o Ken já tinha voltado de férias, mas também não o vi. Não percebi muito bem, mas parece que andou o dia todo por fora.

Mas o melhor do dia era ver a cara do pessoal a olhar para mim e ver que algo tinha mudado, mas demoraram a perceber bem o que era. E muitas das pessoas nem se apercebiam e ficavam a olhar atentamente e outras que se apercebiam logo, ficavam atrapalhados e nem diziam nada. A não ser o Ben que dizia que não era eu que andava ali e o Sri que só se ria. A Mary-Ann disse que a companhia tinha contratado outro português e perguntava-me se conhecia um tal de Rui que trabalhou por ali. Foi só rir!!!

No entretanto estive à espera que o Pisco telefonasse a dizer alguma coisa se vinha passar o fim-de-semana comigo ou não. O Pisco, um amigo meu de Aveiro, estava em Salt Lake City no Utah, numa conferência e estava indeciso entre ir para o parque de Yellowstone ou vir a São Francisco. Mas como não telefonou depreendi que teria ido para Yellowstone. Acho que fez bem, porque ou menos fazia menos quilómetros de carro e visitava algumas das belezas naturais deste país, embora perdesse o fim-de-semana de Gay Pride na cidade mais colorida dos Estados Unidos.

Mas, a preocupação agora centrava-se na roupa a levar à festa temática do Jorge e do João. Assim, peguei no bólide e fui para São Francisco, com a rota centrada a Haight Street, e às lojas de roupa usada, para comprar a tal roupa.

Quando atravessei a ponte do portão dourado, vi logo que a t-shirt de manga curta que trazia era pouca roupa para o frio que se avizinhava. Estava o normal nevoeiro de verão em São Francisco e eu fiquei agradecido a mim mesmo por ter trazido o meu casaco novo da Timberland.

Entrei na loja mais 60's e 70's de Haight St., de seu nome Aaardvark's e com o belo slogan "Some thing for every body". E podem crer que é verdade, mas para isso têm que gostar da roupa mais extravagante que possam imaginar. Era essa ideia... E pelos vistos foi a de muita gente porque logo à porta encontrei o Nuno, a Ana Pinhal e a mãe. Logo a seguir apareceu a Helena Franco, também.

Andei a experimentar as calças mais extravagantes e coloridas da loja, até que me decidi a que se ia gastar dinheiro ou menos que gastasse em algo que pudesse usar mais tarde. Assim, decidi ir vestido à verão de 68. Uma t-shirt colorida, umas calças roçadas e uma flor no cabelo e estava à verão do amor em São Francisco. Ainda arranjei uma fita maluca para pôr no cabelo e na Wasteland, outra loja de roupa usada, aliás a maior e mais conhecida de Haight, arranjei uns óculos de sol marados a  condizer com o lindo traje. Aliás quando estava a experimentar os óculos, um dos empregados da Wasteland disse a gozar que só faltava a fita no cabelo. Eu agarrei na fita que tinha no saco, pu-la na cabeça e rimo-nos todos à gargalhada.

No entretanto a Ana Pinhal andava a experimentar as calças mais maradas que haviam por ali. Desde calças de rendas a bocas de sino de todas as cores e com flores. Ela e o Nuno tinham comprado umas perucas coloridas e em forma de carapinha. A dela era amarela e a dele laranja... Só visto!

A Helena andava ainda a habituar-se à ideia do que haveria de levar e acabou por comprar umas sandálias que deviam de lhe aumentar a altura em quase 10 centímetros.

Mas o mais divertido era ver a mãe da Ana Pinhal no meio daqueles marados todos, à procura de roupa decente para ela e a pedir a nossa opinião acerca das suas escolhas. Não me devem estar a imaginar às compras com a Cláudia, quanto mais com a minha mãe, mas lá tentava ser simpático... 

E assim andámos de loja em loja, até que chegámos ao fim da Haight e à hora de fecho das lojas. Mas, ainda tive tempo de comprar um lindo colar de contas e com um medalhão colorido, a condizer com o resto do traje e pela módica quantia de $1.00.

Estava na hora de voltar, mas aquela acção toda e a agradável companhia, não me queria deixar ir embora e o convite do Nuno e da Helena para jantar veio mesmo a calhar. A desculpa para ficar mais um bocado era boa e assim peguei no bólide e fomos os cinco para o centro de São Francisco.

Deixei a Ana e a mãe em casa e por sorte arranjei logo lugar para estacionar à porta de casa da Helena, onde, me esqueci de dizer, o Nuno está a viver. Mais uma casa onde o Nuno está a viver temporariamente, enquanto a sua situação profissional não melhora...

Claro que a primeira coisa que fizemos quando chegámos a casa foi vestir a roupa acabadinha de comprar. Digamos que fiquei com dores de maxilares de tanto rir, como vocês vão ver pelas fotos que vos vou enviar.

A Helena que estava ao telefone com a outra Helena, nem conseguia falar por causa da minha figura com a peruca laranja do Nuno e o resto da vestimenta. Foi lindo!

Jantámos uma deliciosa bolonhesa e fomos beber uma cerveja ao Gold Dust, um bar em Powell, mais abaixo da casa da Helena, onde tínhamos combinado nos encontrar com o Diogo e a Ana Pinhal.

Segundo eles o tal bar é conhecido pelas Marqueritas, mas como eu estava a conduzir fiquei-me pela cerveja. Mas, o melhor do bar era a banda que estava a tocar todos os sucessos dos anos 60 e que serviu de aquecimento para a festa do dia seguinte.

A banda era formada por um guitarrista, um teclista e um baterista. Todos deviam ter mais de 50 anos ou mesmo quase 60, e deviam fazer aquilo apenas por gozo e no fim do dia de trabalho. O guitarrista tocava uma semi-acústica típica das bandas da altura da música que tocavam, tinha uma calma que até estranhava e quase não se mexia a tocar e cantar. O baterista, também estava tipicamente à banda rock'a'billy a tocar de pé, com uma tarola e uns pratos e também mal se mexia, mesmo a tocar bateria. O órgão obviamente era um Hammond e o teclista estava meio escondido e mal se via, a não ser na televisão onde se podia ver a banda toda, que estava a ser filmada. Pareciam os Beach Boys nos seus últimos dias de vida, mas fizeram o pessoal todo cantar e dançar.

Ao nosso lado estava um casal de americanos. Ela devia de ser havaiana e ele vestia uma camisa havaiana. Ao lado deles estava um tipo que devia de ser havaiano, vestia uma camisa havaiana e pesava o suficiente para ser o chefe da tribo dele no pacífico, provavelmente... Adivinhem... No Havai!

Aparentemente a coisa começou a aquecer, porque a certa altura já todos se conheciam e estavam todos com uma cardina digna de umas pessoas do seu peso. Nós é que nos ficámos pela Marguerita e pela cerveja... Porque a festa era no dia seguinte.

Mas, para mim tinha chegado a hora de me ir embora.

Sexta-feira, 23 de Junho de 2000

Ao fim da manhã, o Mike veio-me trazer a lista de um restaurante americano para eu escolher o meu almoço. Isto porque, nesta terra, as reuniões marcam-se à hora do almoço, para que se aproveite a hora menos produtiva do dia e para se almoçar às custas da empresa. Boas desculpas para se mercar uma reunião. E era isso que tinha acontecido. Ninguém me tinha dito nada, mas eu estava convocado para uma reunião.

No entretanto, o Jesse já tinha saído para ir buscar o almoço e tive que telefonar para o tal restaurante, para que ele me trouxesse o meu. Mas, o que mais estranho me pareceu nisto tudo, é que eu era a personagem principal de tal reunião e, no entanto, fui o último a saber da mesma e desse mesmo facto, pelos vistos.

Aliás, como achei que a minha presença não era muito relevante para o desenrolar da reunião, uma vez que fui avisado da mesma tão em cima da hora e porque estava, na exacta hora da mesma, ao telefone com a Cláudia e isso era muito mais relevante, cheguei atrasado.

O Ken fez um calendário das próximas actividades de promoção do VisConcept e das férias do pessoal. A ideia era construir uma demo do software a tempo de ser mostrada à BMW e à Ford, durante esta próxima semana que se avizinha, conforme vos estou a escrever. E, para o salão SysGraph que irá decorrer em New Orleans nos finais deste mês.

O pessoal estava quase todo de férias ou ocupado com outras actividades, e a única pessoa com conhecimentos práticos de utilização do software e capaz de pôr alguma coisa de pé, no tempo que restava era... Pois!... Aqui o escravo de todo o serviço!

Eu não me importei muito e aliás até acho que foi mais oportunidade de mostrar que sei fazer o que eles querem, mas achei aquilo um bocado falso. Obviamente que já toda a gente sabia à priori que eu era o candidato número um a que tal se fizesse, mas, não saí dali sem que conseguisse a ajuda de todos os que estavam disponíveis.

O Ken ficou responsável por arranjar modelos 3D mais completos e com menos problemas do que o que andávamos a usar e, ficou também responsável por escrever um rascunho de um guião que eu, o realizador da demo, deveria seguir e complementar com novas ideias. O Floyd iria ajudar a construir modelos 3D necessários à demo e que não fossem de construção muito difícil. E toda a equipa de desenvolvimento iria corrigir os bugs necessários para que a demo corresse sem problemas. Que ambiente de sonho! Pois...

Mas, como diz a Joana, é necessário fazer uma comparação entre o que é uma reunião aqui no Silicon Valley e o que seria a mesma reunião em Portugal. Pois bem, esta reunião era uma reunião informal entre elementos da mesma empresa e que se conhecem há bastante tempo e, por isso às vezes parecia que a maioria do pessoal não estava a levar aquilo muito sério. Eu acho que estes tipos têm uma atitude de verdadeiras crianças e que passam a maioria do tempo a tentar dizer umas piadas para corrigirem as suas falhas ou para tentar deixar os outros mal. É verdade que em Portugal, muitas vezes estas reuniões, quando existem, são na maioria mais formais e as diferenças hierárquicas são bastante vincadas e ali, a opinião de todos é válida e todos, desde o chefe de projecto - o Ken - ao estagiário gratuito - eu - estávamos todos à vontade. Mas, se aquela reunião fosse em Portugal, a participação pouco produtiva e algumas vezes desnecessária de alguns, teria sido abafada com um olhar mais autoritário do responsável superior.

Mas, quando o próprio Ian, que é o chefe da equipa de desenvolvimento fez alguns comentários, que eu jamais faria, ao software, que é da sua responsabilidade e em tom jocoso, é porque alguma coisa está mal.

Mas, se eu fosse o Ian preocupava-me mais em tentar não levantar os braços, como ele fez várias vezes, quando usa um pólo branco, pelos vistos mal lavado e mostra umas belas dumas manchas amarelas. Um momento a recordar, pois é preciso ter cuidado com estas máquinas de lavar roupa norte-americanas que passam a roupa por água, destróem os tecidos e não lavam.

A verdade é que gostei do facto de me darem a responsabilidade de realizar a tal demo, mas não gostei muito do modo como decorreu a reunião, nem das sandes que serviram de almoço.

Ainda fomos para a sala de demonstrações ver as demos que eu realizei para levar para Los Angeles e a do Ken, onde eu me tinha baseado para as fazer. Não percebi, mas o Ken apenas queria mostrar a sua demo, mesmo com os problemas todos que ela tem, como por exemplo, não funcionar. Mas, eu fiz questão de mostrar a porra da demo que me tirou algumas horas de sono e ainda recebi alguns parabéns pelo trabalho feito...

O Ken não anda com umas atitudes muito boas... Não percebo! Eu acho que ele anda a pensar que eu sou como o resto da equipa de desenvolvimento que se passeia o dia todo e depois nas reuniões só desestabiliza.

Depois da reunião o Floyd esteve a mostrar-me um modelo 3D de uma autoestrada que ele estava a acabar e que eu poderia utilizar na tal demo e disse-me que contasse com ele para ajudar no que fosse preciso. Gostei do modo como ele se mostrou prestável e de me ter dado o endereço particular de e-mail dele, se eu precisasse de ajuda enquanto ele estava de férias.

Às 4 da tarde eram horas da Friday Fest e eu depois da comida, fui jogar uns jogos de matrecos com o resto do pessoal. Pela primeira vez, joguei com o Jesse e acabámos a dar 10 a 1 ao Ben e Sri... Luxo!

Mas estava a ficar na hora de ir para São Francisco. A hora de ir para a mais fantástica festa dos estagiários do Contacto, desde sempre em terras do Tio Sam.

Ainda gravei um CD com MP3 para a festa. Andei a semana toda a copiar CDs dos anos 60 e 70, do meu colega de apartamento, Singh, e consegui encher quase 600 Mb com Disco Sound e Rock. Estava tudo a postos para que a festa se tornasse num sucesso.

Tinha combinado com o Nuno e a Helena ir lá jantar, mas com a gravação do CD e com o trânsito, cheguei atrasado quase meia-hora e não arranjei estacionamento. Já me estava a passar, quando decidi chamá-los e esperar por eles à porta da Helena. Eles traziam o meu jantar e íamos directos para a festa...

Eram quase 9h30m e ainda tínhamos que passar pelo supermercado para comprar umas cervejas e umas snacks para a festa. Aí o estacionamento foi fácil, porque havia parque do estabelecimento. A Helena já estava vestida para a festa e eu e o Nuno pusemos as cabeleiras, porque no entretanto eu já tinha uma verde, e fomos às compras.

Digamos que as atenções do supermercado viraram-se para os dois malucos que se passeavam por ali de cabeleira verde e laranja. Principalmente para o Nuno, de cabeleira laranja, que usava umas lindas meias de todas as cores e com dedos, debaixo de uns calções de 3/4 e uma t-shirt de todas as cores do arco-íris.

Não sei como é que o empregado que estava a ajudar a embalar as compras se apercebeu que eu estava com o Nuno e com a Helena? Se calhar era pela cor do cabelo... Pois entregou-me as compras que eles estavam a pagar.

A saga para estacionar continuou e eu comecei me a passar. Na noite mais colorida e mais alegre do estágio, o estacionamento estava decidido a dar-me cabo da paciência. Acho que dei dez voltas aos trinta quarteirões em redor da casa do Jorge e do João, passei algumas quarenta vezes lá em frente, uma das quais aproveitei para largar o Nuno e a Helena, para não terem passar pelo mesmo que eu e porque tinham os copos, que sem os quais a festa não começava.

Depois disso ainda devo ter dado mais umas três voltas. Afastei-me da zona da casa deles e fui estacionar o bólide a cerca de sete quarteirões, numa rua onde podia ficar até terça-feira sem que eu tivesse que me preocupar... Mas muito longe!

Demorei duas horas e meia a estacionar, contando os vinte minutos que estivemos no supermercado. Depois disso ainda demorei vinte minutos a pé, até chegar à festa. Estava possesso e cheio de fome, mas peguei numa cerveja, fechei-me na casa de banho e transfigurei-me no hippie à verão do amor, até uma flor tinha no cabelo... Arranquei-a de um jardim no caminho do bólide à festa.

A festa ainda estava muito no início e eu aproveitei para ir comer o meu jantar que estava a ficar frio.

No entretanto, tinha chegado o Tiago, que supostamente trazia as colunas que ligadas a um PC serviriam de som para a festa. Mas, como ele estava mais preocupado na sua vestimenta que na música da festa, esqueceu-se do cabo que ligava as colunas ao PC. Lindo serviço! Estávamos todos vestidos assim e não havia música na festa... Que raio de festa é que pode decorrer sem música?

A única hipótese era alguém, que estivesse ali e não morasse longe, ter outro cabo ou outras colunas. O Diogo tinha outras colunas, mas ninguém estava com vontade de as lá ir buscar. Não percebo como é que ninguém estava interessado em ter música na festa... Naquela altura estava tudo mais interessada em tirar fotografias e mostrar os lindos trajes, mas em breve iam estar a olhar uns para os outros, se não houvesse música.

O João não queria lá ir de moto porque já estava meio bebido e o Diogo porque se estava a divertir. Mas depois de muita insistência, eu e o Nuno conseguimos convencer o Tiago a conduzir a moto do João e ir buscar as colunas a casa do Diogo.

As colunas do Diogo eram menos potentes e nem sequer eram pré-amplificadas, mas na falta de melhor, serviam muito bem. Quando estávamos a instala-las, para nossa surpresa, o cabo de ligação das colunas era mesmo o que nos faltava... A festa estava salva de um fim prematuro e desastroso.

A festa começou com "I will Survive", o tema ideal para aquele momento e o pessoal presente entrou em delírio. A festa tinha duas pistas de dança, uma no quarto do Jorge, onde estava a comida e que tinha um som de dança latino e outra no quarto do João, mesmo ao lado da cozinha, que funcionava como bar aberto, e que tinha um som que variou desde o disco, rock'n'roll, rock'a'billy, chunga e alternativo... Deu para todos os gostos, com o excelente trabalho dos disc-jockeys Nuno e Rui. O frigorífico estava cheio de bebidas de todo o género, mas especialmente alcoólicas.

As calças apertadíssimas do Tiago, que mal o deixavam mexer, não foram o suficiente para o deixar fora da pista de dança e com os seus óculos com uns olhos saltitantes, marcava a sua presença na festa. Mas depressa desapareceu... Pois as solicitações eram demais, assim como o álcool nas veias.

O Carlos com o seu ar de cromo dos anos 50, depressa se pós a dançar música latina com uma nova amiga, que só soltou quando ela se foi embora... Bem, acho que a coisa não foi bem assim... Mas ele se quiser que conte!

A Micas parecia saída de um filme disco chunga. Com umas calças cor-de-rosa, uma camisa do mais colorido possível, umas plumas vermelhas, uns sapatos de dois andares, os olhos cheios de brilhantes e uns óculos maiores que a cara dela.

E o casal hippie, Mário e Sá, pareciam que estavam mesmo no Woodstock. Ela de tranças e com um vestido comprido e colorido e ele de todas as cores do arco-íris e com uma fita no cabelo.

A Rita tinha uma t-shirt igual à minha, a Mónica vinha de branco, assim como a Ana Pinhal que ostentava uma linda cabeleira amarela e umas calças de todas as cores. A Joana usava uns óculos azuis que lhe ocupavam a cara toda e com um top, que parecia saído de uma qualquer reserva índia, estava pronta para dar o salto até Tijuana à procura de mezcal ou tequilla. O André Quental arranjou uma peruca rasta que lhe dava um ar de quem tinha acabado de chegar da Jamaica. A Ana Magalhães estava muito simples, mas com uns óculos enormes na cara e com umas saias compridas e coloridas, parecia que ia para um concerto dos Grateful Dead. A Kathelene e Wenke estavam tão coloridas que não se conseguia olhar para elas sem se ficar vesgo. O André Coelho vinha da mesma reserva índia da Joana, o Tim era da mesma tribo do Nuno e o Tom alugou um fato de bobo roxo, não tinha muito a ver, mas era colorido. O João vinha do surf e o Jorge de uma reunião espirita qualquer... Estava tudo unido em paz e no Zen.

É difícil descrever e lembrar-me de toda a gente, porque entre todos os amigos, conhecidos, conhecidos dos amigos, amigos dos conhecidos e conhecidos dos conhecidos, devem ter passado pela festa mais de setenta pessoas.

Eu sei que a festa durou até a polícia vir avisar que se voltasse a passar por ali e visse festa, levava-nos todos para a prisão. Eram cerca das 4h e muitos minutos... Já não havia nada no frigorífico para se beber e a música já ia na segunda volta.

Foi uma festa espectacular, que se repetirá pelo menos uma vez até ao fim do estágio... Fiquei atentos, pode ser que sejam convidados.

Fui dormir a casa da RM&P, onde o Tiago já ressonava no chão da sala e onde estava a mãe da Patrícia a dormir, também. Mas nada de grave!



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