Houve algumas histórias do fim-de-semana
que passei com o Homer e o Bart Simpson, ou terá sido com
o Beavis and Butthead... Não! Com o Jesse e o Darren, que
me esqueci de vos contar.
Pois bem, esqueci-me de vos dizer que no domingo
quando acordaram, o Jesse deu um colar ao Darren e ele próprio
já usava um. Era o colar de festa, e só o tiravam
quando iam para a água... Depois vocês vêem
nas fotos, como eles ficavam bem de colar ao peito.
Outra coisa que me esqueci de vos contar foi que
na segunda quando estávamos junto ao rio a fazer o barbecue
e a tomar banho, andava lá um jovem de prancha de surf.
Um verdadeiro surfista de água doce a fazer lembrar o meu
amigo Nuno nos canais de rega da Zambujeira do Mar... Lindo!!!
Mas voltemos à minha vida em diferido...
Terça-feira, 30 de Maio de 2000
Depois de um fim-de-semana com o Joe e o Averell
Dalton, claro que não podia acordar muito bem. Custou a
acordar! Acho que acordei mais cansado do que me deitei e levantar
custou ainda mais, pelo que fui ficando deitado na conversa, via
ICQ, com a Cláudia e com a Raquel, que está no Chile...
Quase uma hora. É o que dá ter horários flexíveis...
Entra-se tarde e depois sai-se tarde.
Fui de bólide para o escritório, pois
devido à longa conversa, já era tarde e queria chegar
antes que fosse tarde demais... No caminho, liguei o rádio
e estava a dar o programa do Howard Stern. É o programa
mais non-sense dos que tenho ouvido e visto, porque depois as melhores
cenas são reproduzidas na televisão. O Howard Stern é um
tipo de cabelo comprido e óculos de sol redondos, que parece
que saiu dos tempos dos Led Zeppelin ou AC/DC e que consegue provar
que o ser humano é do mais ignorante e ganancioso que existe
e que faz qualquer coisa para ganhar dinheiro e aparecer na televisão
ou rádio. Neste caso aplica-se ao povo americano, mas se
fosse em Portugal a coisa pouco diferia. Pois bem, o assunto dessa
manhã era se umas tipas que concorreram ao programa eram
boas ou más aquisições para saírem
na Playboy. Começavam por se despir e dar uma voltinha e
depois eram avaliadas por todos os intervenientes no programa...
Vocês não acreditam nas coisas que diziam de algumas.
Aqui há umas semanas estava a ver o programa
dele na televisão e nesse programa foram convidar três
sem-abrigo na rua para irem participar num concurso de cultura
geral em que podiam ganhar $10.000. Pois bem, arranjaram três,
puseram-nos atrás de uns caixotes de cartão a fazer
de mesas de concurso e começaram a fazer perguntas, como
se de um concurso se tratasse. As perguntas eram algo básicas
e apenas um foi capaz de responder a quase todas e ganhou os $10.000,
com a condição de filmarem o primeiro dia com ele
a ver onde é que ele gastava o dinheiro e se encontrarem
uma semana depois para uma entrevista. O sem-abrigo, que era negro,
gastou uma nota preta em roupa que eu era incapaz de imaginar,
alugou um quarto de hotel e pagou a umas prostitutas... Lá foi
uma parte considerável da nota, mas guardou uma quantidade
boa no banco para não se preocupar, dizia ele. Uma semana
depois faltou à entrevista, mas os repórteres encontraram-no
no sítio do costume a tocar as suas latas a fazer de bateria.
Tinha gasto 2200 contos numa semana e voltado à sua condição
de sem-abrigo.
Mas de volta às histórias de terça:
O Jesse apareceu no meu gabinete ao fim da tarde com o Forrest,
o seu filho. É um puto curtido, muito tímido no primeiro
contacto, como quase todos, mas um reguila. É Loiro como
o pai.
No fim do dia, voltei para casa cedo, pois já não
podia ver um computador à frente. Compenso durante a semana,
o tempo a menos que trabalhei... Embora não mo exijam.
Para desanuviar, acabei de arranjar a bicicleta
do Jesse... Está pronta a andar... Uns pequenos retoques
aqui e ali e parece uma bicicleta nova.
Comecei a arrumar o quarto e deitei-me muito cedo...
Tinha dito ao pessoal em São Francisco que lá ia
mas não consegui...
Quarta-feira, 31 de Maio de 2000
Quando cheguei ao gabinete de manhã, estava
cá um tipo loiro de cabelo comprido a tentar arranjar o
ar condicionado. Há meses que o ar condicionado do meu gabinete
funciona ao contrário. Quando está calor não
funciona, o que se virmos pelo prisma contrário não é mau,
e quando está frio deita ar frio, o que se pode tornar mau...
Mas como estamos no tempo mais ou menos quente, não me afecta
tanto... Mas tenho que manter uma ventoinha senão sofro
com o calor.
Mas o tipo chegou à conclusão que
não havia nada a fazer. Ou aliás havia, mas tinha
que mudar o sistema de ar condicionado, porque o termostato está num
outro escritório que não tem ninguém e que
não apanha sol e portanto nunca está tão quente
como o meu gabinete. Resultado: Decidi mudar de gabinete e vou
para um cubículo, à boa moda americana.
Ao fim da tarde fui para São Francisco, como
tinha prometido que fazia no dia anterior. A Mariana precisava
dos documentos do bólide para legalizar a coisa e eu é que
os tinha. Mas deixei o bólide em casa. Detesto arranjar
lugar para estacionar e não compensa ir para a cidade com
o bólide e ter encontros imediatos com a polícia,
enquanto as coisas não estiverem mesmo legais, pelo que
fui na camioneta.
Cheguei ao ICEP e estive na conversa com o Nuno
e com a Mariana, que tinha tirado o gesso e andava com uma bota
que não permitia grandes aventuras com aquela perna.
Já que ali estava queria dar uma de social
e ir jantar qualquer coisa fora. O Nuno e a Mariana alinharam e
fomos buscar a RM&P. Fomos ao novo tailandês, mesmo nas
traseiras da casa delas... Foi um verdadeiro jantar à portuguesa,
mas ocorrido mais cedo. Em Portugal começávamos a
comer à hora que acabámos, mas quando acabámos
de comer, ficámos ali na conversa quase uma hora... E ainda
tivemos o prazer de sermos presenteados com o pagamento da conta,
por parte da Patrícia, que não quis revelar a intenção
de tão gentil oferta, mas a qual agradeço.
No entretanto apareceu o João, que nos convidou
para irmos ao bar do Diogo, onde nos encontramos com eles os dois
e o Jorge... Estava uma verdadeira noite de beber uma cervejinha
com os amigos e dar uma de conversa. Eles jogavam bilhar e eu dei
uma de turista e vim para a rua de copo na mão. O dono do
bar não gostou muito, mas eu esqueci-me que nesta terra
de bêbados não se podem beber bebidas alcoólicas
na rua... Acreditam? Pois é verdade... Será que é por
isso que não existem quase nenhumas esplanadas? Mais uma
contradição americana.
Por volta das 11h apanhei a camioneta e fui para
casa.
Quinta-feira, 1 de Junho de 2000
A Vaynessa tinha ficado no escritório e eu
tinha que levar a bicicleta do Jesse para o emprego, pelo que fui
nela... A bicla é mesmo grande, deve ter um quadro de 23" ou
mesmo maior... A meio do caminho os cranques começaram a
ficar soltos e tive que ir mesmo devagar para não dar cabo
daquilo ao rapaz. Mas cheguei bem e a horas.
Fui-lhe mostrar a sua nova bicicleta. A primeira
reacção foi de surpresa. A bicicleta era amarela
fluorescente e agora era toda cinzenta e tinha uma suspensão...
Mas nem dei tempo de respirar e fui tentar arranjar
a folga do movimento pedaleiro e dos cranques. Maldita hora em
que decidi fazer aquilo. O movimento pedaleiro é daqueles
antigos que se apertam com uma chave esquisita que encaixam numas
ranhuras exteriores e com uma outra chave ainda mais esquisita
que tem uns parafusos muito pequenos, que encaixam noutros orifícios.
Mas isto tudo para dizer que um desses parafusos partiu e eu ia
partindo um punho, tal era a força que estava a fazer. Mas
não se passou nada de grave... A não ser para a chave,
porque já ninguém usa daquilo e a chave era do Erik...
Tínhamos que devolver a chave como a encontrámos.
Mas deixei isso para o dia seguinte, pois já eram
emoções a mais.
À tarde tive mais uma aventura com chaves,
quando o Ben partiu um boneco dos matraquilhos (são de plástico).
Claro que tive que dar uma de desenrasca à portuguesa e
na falta de melhor, um canivete e um clip serviu para mudar o boneco...
Isto enquanto o Ben andava à procura de uma chave.
No fim do dia voltei para casa cansado. Ainda não
tinha recuperado do fim-de-semana com o Wayne e o Garth (Wayne's
World lembram-se? Com o Mike Myers, mais recentemente conhecido
pela sua representação como Austin Powers).
Jantei e deitei-me muito cedo.
Sexta-feira, 2 de Junho de 2000
Deitar cedo e cedo erguer dá saúde
e faz crescer. Deve ter sido por isso que acordei antes do despertador
e me levantei depressa... Esperava-me um dia desesperante.
Peguei na Vaynessa e quando cheguei ao escritório
resolvi ir à loja da esquina procurar os parafusos/pinos
para a chave do Erik. Nada! Nem na loja da esquina nem na outra
mais adiante. A não ser a chave completa... Fui perguntar
ao Jesse o que é que ele achava melhor e por fim ao Erik,
como é que ele queria fazer... Este ia ver se ele próprio
tinha pinos de substituição, porque normalmente as
chaves vêem com eles.
Decidi voltar a trabalhar na apresentação
que andava a fazer para a feira em Los Angeles que vou para a semana.
Perguntei ao Mike qual a versão do VisConcept que podia
usar e... A minha apresentação não corre!!!!
Possa! Tanto trabalhinho e foi tudo pelo cano...
Fui falar com o Ken. A apresentação
dele também não funcionava... Ou seja, as duas apresentações
que estavam previstas eu levar não funcionavam...
Sentámo-nos os dois no laboratório
e só saímos de lá às 4h da tarde, quando
a vontade de partir o computador e a equipa de desenvolvimento,
estava a chegar a níveis próximos do insuportável...
E fomos ao normal lanche de sexta, porque nem sequer tinha almoçado.
Desistimos de tentar recuperar as apresentações
e comecei a construir tudo de novo...
Voltei para casa ao fim do dia, com uma vontade
de bater em alguém... Mas em vez disso, liguei a televisão,
deitei-me na cama e gozei a minha companhia numa sexta à noite,
sozinho em casa... Com uma cerveja.
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