Sexta-feira, 18 de Maio de 2000
Fui no bólide para o escritório. Apesar
de só ir apanhar a Rita e a Mónica a São Francisco
por volta das 18h30m, e assim ter bastante tempo, ainda me faltava
fazer as compras da comida para o fim-de-semana e fazer o saco.
O dia de trabalho decorreu como uma normal sexta-feira.
O ritmo é mais lento. E a caixa do correio do Yahoo teima
em não funcionar e a Telepac também anda com problemas...
O Ben não estava, porque no dia anterior
tinha ido para Chicago de avião e daí de carro para
Montreal. Qualquer coisa como 8 horas de carro, mas ele tinha que
levar o carro dele de Chicago para casa dos pais.
Como todas as sextas, por volta das 16h é hora
do lanche. Bebi um copito de vinho, mas tive que me conter porque
ainda me esperavam umas três horas ao volante do bólide.
Como de costume a conversa estava interessante, mas eu tinha ainda
muito que fazer. Falava-se da inquisição espanhola
quando saí... "Have a nice weekend!"
Cheguei a casa, meti uns calções e
umas t-shirts no saco e pouco mais, pois esperava-se calor para
o fim-de-semana e como ainda por cima eu ia para uma zona quente
do interior da Califórnia. Meti tudo no bólide e
fui ao supermercado aqui em frente e em 10 minutos tinha comprado
tudo o que era necessário para o fim-de-semana de campismo
e caminhada no Pinnacles National Monument.
Agarrei-me ao volante e fui para São Francisco.
Faltavam 25 minutos para a hora combinada, mas mais vale cedo...
Isso é que era bom, porque logo a seguir à subida
que antecede o túnel da 101 antes da Golden Gate, estava
o trânsito parado... Até à portagem do outro
lado da ponte. Ia chegar atrasado, mas o mais grave é que
não tinha música porque me tinha esquecido do painel
do auto-rádio em casa da RM&P.
Assim que cheguei a casa da RM&P, a Rita e a
Mónica desceram e pusemo-nos a caminho de um fim-de-semana
diferente de todos que passámos até agora, desde
que chegámos à Califórnia. Mas, a verdade é que
tentamos que todos os fins-de-semana sejam diferentes, para compensar
as semanas que são sempre muito iguais.
101 até à saída para a 280,
daí sair na 85... Mas enganámo-nos e fomos parar
a Palo Alto. Estávamos perdidos no coração
do Silicon Valley. Netscape e Anderson Consulting foram algumas
das empresas por que passámos quando nos dirigíamos
para a baía de encontro à 101, de novo. A partir
daí não nos perdemos mais... 101 até Hollister
e depois era seguir a 25 até ao parque de campismo.
Chegámos ao parque cerca das 22h. O ar já cheirava
a verão e a calor, mas havia também o cheiro a gado
no ar... Isso misturado com o facto de haver alguns pântanos
no parque, dava uma solução algo explosiva e produtora
de insectos incomodativos. Nada de grave para quem vive em Aveiro
há 10 anos e já está imune, mas a R&M
não se sentiram muito confortáveis quando parámos
no portão do parque e sai de dentro da cabina um tipo rodeado
de borboletas e mosquitos por todo o lado. A Mónica deu-lhe
o nome de homem-borbulha... Não sei como é que é possível
trabalhar naquelas condições. A luz atrai tudo quanto é insecto
e ele fecha-se lá dentro com a bicharada... Fetiches!!!!!!
Fomos directos ao alvéolo da Rachel, a colega
da Rita que organizou o acampamento e a caminhada do dia seguinte.
Já estava tudo um bocado alegre, mas a Rachel foi-nos ajudar
a montar as tendas... Ainda bem que levámos duas tendas,
porque no dia seguinte o calor ia apertar e três numa tenda é dose.
A Rachel em vez de ajudar, só se ria e tentava
destruir a própria tenda dela... É o vinho, senhores!
Mas lá conseguimos montar as duas tendas às escuras,
apesar de não haver nada para espetar as espias e da Rachel
a desajudar.
À porta da casa de banho estava um letreiro
que mostrava um Javali sorridente e que dizia que os havia por
ali e que portanto que ninguém deixasse comida dentro das
tendas e os alimentasse. Mais um ponto a favor, a juntar aos mosquitos
e que mostrava que iria ser um fim-de-semana de arrasar.
Não sei se repararam mas não vos contei
como foi o nosso jantar. Porque ainda não o tínhamos
feito. Pensámos fazê-lo antes de chegar ao parque,
mas a terra que julgávamos existir entre Hollister e o parque,
não existia. Em vez disso apreciámos um fantástico
nascer da lua, todo o caminho... Mas isso não nos enche
a barriga, pelo que devorámos o pão que tinha levado
para a caminhada e uma garrafinha de Charamba, que os nosso novos
amigos adoraram.
Estivemos ali um bocado na conversa, mas o cansaço
começou a bater e decidimos ir dormir... Deitámo-nos
mas ainda estivemos um bocado na conversa, a rir-nos dos nosso
vizinhos e a apreciar o céu que estava estrelado, apesar
da luz da lua cheia que não nos deixava ver metade das estrelas.
Mas podíamos imaginá-las.
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