Sábado, 29 de Abril de 2000
Acordámos, cedo... Ou relativamente cedo,
na confusão normal das dormidas em casa da RM&P. O Tiago
Sacchetti habituado a acordar muito cedo e com a diferença
de uma ou duas horas, depressa começou a mostrar sinais
de inquietação... E resolvemos nos despachar, para
que todo o tempo fosse bem passado.
Saímos, e para variar resolvemos tomar o
pequeno almoço no Deli (Delicatessen - um género
de mercearia com loja de conveniência que vende tudo a quase
todas as horas) da esquina do prédio da casa da RM&P,
além de que havia quem quisesse ir passear e ir ao Starbuck
e voltar era muito doloroso aquela hora.
O Tiago Sanches resolveu começar a arranjar
gente para ir passear ao Mt. Tamalpais, com ele, com a Sofia e
com o Nuno... A Rita e a Mónica resolveram não ir,
eu também não queria ir... Nas últimas semanas
tinha lá ido três vezes e queria dar uma volta pela
cidade. O Tiago Sacchetti estava indeciso... Entre visitar São
Francisco ou ir visitar a área envolvente, mas mudou de
ideias e resolveu ficar... O Nuno não ia servir de vela
e deu a chave ao casalinho para irem passear.
No entretanto tinha-se juntado ao grupo a Helena
Brito, que vinha a descer O'Farrell a dormir e que nós não
deixámos fugir...
Descemos para o centro da cidade. Da primeira vez
o Tiago viu muita coisa na cidade, mas não viu a cidade
em si. Desta vez, deixei que as coisas fossem acontecendo e não
arranjei nenhum programa em especial, para que ele sentisse mais
um bocado as ruas e a vida da cidade. Estava bom tempo e fomos
andando pelas ruas do Financial District, para irmos apanhar o
Cable Car de California & Van Ness... Porque o de Powell e
Hyde estava superlotado.
Mas quando lá chegámos, é que
vimos que o Cable Car (http://www.sfcablecar.com/)
não ia para Fisherman's Wharf, mas apenas para a Van Ness,
e para ir para ali, mais valia não ter saído de casa...
Pensámos!
Continuámos até Embarcadero, a marginal
cá da cidade. Onde tem a minha fonte favorita e que já vos
falei umas duas vezes. O Tiago como leitor assíduo das crónicas
quando viu a fonte disse "Eu já conheço esta fonte"...
Fiquei orgulhoso... Confesso que é bom saber que ainda há quem
leia isto e que preste atenção, obrigado Tiago!!!
Aí apanhámos um dos fantásticos
eléctricos do Flash Gordon (http://www.streetcar.org/)
e fomos até a Fisherman's Wharf, seguindo a marginal os
diferentes Pier até ao 39...
E pronto, fomos ver as vistas do ponto mais turístico
da cidade... Desde a vista de Alcatraz e de Sausalito até aos
famosos leões marinhos, que já vos falei da primeira
vez que estive lá com a Cláudia. O Tiago estava fascinado
com o vento e a água na baía... Com vontade de pegar
numa prancha e uma vela e ir surfar.
Fomos almoçar uma sopa na bola de pão,
também já muitas vezes falada aqui. Conseguimos sentarmo-nos
todos numa minúscula mesa e conhecemos um grupo de portugueses
que estavam ao nosso lado, não conversámos muito...
Não sei porquê, mas cumprimentámo-nos quando
chegámos e só na hora de irem embora é que
resolveram perguntar alguma coisa... Está bem...
Saímos dali e resolvemos ir visitar a famosa
rua Lombard, que tem mais curvas em 100 metros que qualquer estrada
de quilómetros no Alentejo. Mas, não sem antes pararmos
em todas as lojas de sapatos e roupa até sair da zona de
Fisherman's Wharf, levados pela vontade gastadora do Tiago e da
Mónica... E sem confessar, dos outros todos.
Quando chegámos a Lombard, depois de uma
pequena subida da colina (ou não estivéssemos em
São Francisco), olhámos e é como se víssemos
algo que já todos viram... Não tem mais do que aquilo
que vocês vêem nas fotografias, e aliás nas
fotos até é mais bonito, porque os fotógrafos
sabem lá ir quando há sol e está tudo florido...
Mas é diferente porque os carros andam e tem-se a percepção
das infinitas curvas.
Descemos e estávamos já muito próximos
de North Beach. Os nomes das ruas já estavam em Italiano
e haviam cafés e restaurantes italianos por todo o lado.
Fomos beber um copo ao Vesuvio.
No entretanto passou por nós uma loira de
cabelo curto e olhos azuis que chamou a atenção pela
maneira como nos olhou... E só quando entrámos no
Vesuvio é que nos apercebemos, que a loira era a empregada
do bar.
Pedimos uma cerveja, e o Nuno resolveu pedir um
copo de água, pedindo um pequeno copo de água, indicando
com um normal gesto usando o polegar e o indicador que era pequeno...
Ao que ela perguntou "Just that?"... O Nuno quando ela virou costas,
ainda estava a fazer o tal gesto, e respondeu entre dentes, mas
em português "É um bocado maior, se quiseres ver..."
Quando ela voltou o Nuno resolveu gozar com ela
e pediu-lhe um porto, mas usando o mesmo gesto para indicar que
era um cálice. Ela a gozar faz o gesto com as mãos
de um T, para perguntar se era um Tawny que ele queria... Parecia
a conversa de deficientes auditivos. E nós só nos
riamos...
Quando ela veio receber, despediu-se com o mesmo
gesto do Nuno, a dizer "Thank You"... Não percebi se achou
a gorjeta pequena ou se o agradecimento é que era pequeno...
Ficámos por ali na conversa um bom bocado.
Gosto mais do Vesuvio quando está escuro na rua, porque é um
bar para o escuro e com o sol que estava lá fora, parecia
um bocado desperdício estar ali... Mas nada é desperdício
se bem aproveitado, e é sempre bom estar entre amigos na
conversa.
Depois resolvemos ir passear para as lojas. A atitude
consumista de alguns e a vontade de passear de outros levou-nos
dali até ao centro... Aí separámo-nos, homens
para um lado e mulheres para outro. E andámos a ver os saldos,
que por aqui existem todo o ano. Mas não vos vou contar
muito sobre isso, porque já chega a seca que apanhei.
Combinámos encontrar-nos em casa e assim
foi... O Tiago e a Sofia, chegaram no entretanto. Pelos vistos
divertiram-se e passaram uns momentos porreiros juntos.
Fomos jantar ao Tailandés do costume e depois
fomos ao Make-Out Room, onde tinhamos combinado nos encontrar com
a Mafalda, Júlia e o Pedro. No entretanto apareceu o Juan
e a Helena Franco já estava connosco desde o jantar... Digamos
que o grupo estava bastante grande.
Ficámos quase até o bar fechar (2h
da manhã) e voltámos no BMW do Juan para casa, que
já tinha bebido para aí duas cervejas e se julgava
o maior condutor do mundo. Como estes meninos se tocam com pouco...
Mas, lá acalmou e chegámos a casa
da RM&P, inteiros.
|