Quarta-feira, 26 de Abril de 2000
Levantei-me e fui trabalhar.
O dia passou sem grandes sobressaltos... As memórias
da regata do dia anterior estavam ainda muito vivas.
Tratei de começar a arranjar mais pessoas
que quisessem ir ajudar nas difíceis tarefas de puxar cabos
num veleiro. Uma tripulação portuguesa fica sempre
bem... Vamos a ver se funciona melhor na próxima regata.
Finalmente recebi do ICEP... O dinheiro estava a
acabar. Foi um mês mais de gastador, com a ida a Lake Tahoe
fazer esqui e com a vinda da Cláudia... Mas vale a pena,
gastar dinheiro assim.
À noite, quando cheguei a casa resolvi começar
a lixar o quadro da bicicleta do Jesse que me comprometi a pintar
e montar... Vai ficar uma beleza.
Mas o cansaço da regata fez com que não
evoluísse muito na tarefa, e fui dormir.
Quinta-feira, 27 de Abril de 2000
Que falar de uma véspera de sexta? Nunca
há muito que falar e sobre trabalho prefiro deixar isso
para quando estiver a fazer algo de mais interessante para vocês.
Mas, a meio da tarde o Ken entrou pelo meu escritório
e perguntou-me se podia pedir-me para eu ir trabalhar no domingo,
depois de irmos andar de veleiro. A entrega do software era na
segunda e ele queria ter a certeza de que eu era capaz de provar
que aquilo estava ou não capaz de ser lançado para
os clientes... Como é que eu podia recusar?
Sexta-feira, 28 de Abril de 2000
Acordei mais bem disposto. Tenho a impressão
que muita da neura das últimas semanas, estava a passar.
Além disso era sexta e o Tiago Sacchetti também chegava
nesse dia.
Tentei cominar algo para essa noite com a RM&P,
porque queria ir sair e experimentar mais da vida da cidade, do
que o bar do Diogo e os sítios do costume. Como não
sabíamos quais os planos do Tiago e a que horas chagava,
porque havia uma confusão qualquer nesse aspecto, resolvemos
saber mesmo o que se passava antes de decidirmos alguma coisa.
No escritório resolveram juntar um grupo
e irem andar para o Mt. Tamalpais... Mas só se lembraram
de me convidar quando estava quase na hora do lanche. Resolvi deixar
para outra altura...
O lanche ou a festa de sexta-feira foi um bocado
triste... Não estava quase ninguém e foi só composta
por pizzas. Nem vinho havia... Mas pronto, é melhor assim
porque há quem beba demais e depois ficam alegres demais...
Quando cheguei a casa da RM&P, lembrei-me que
me tinha esquecido de levar as chaves para montar a Kona que o
Paulo tinha trazido do Texas. A bicicleta, claro... A coitada da
Rita ficou triste, porque já queria andar de bicicleta nesse
dia... Mas pronto!!! Eu esqueci-me.
Tentei telefonar ao Ben para ver se ele ia ter connosco,
para beber um copo e trazia as chaves. Mas, à hora que consegui
chegar ao telefone era já tarde demais para combinar fosse
o que fosse. A Patrícia esteve um bocado demais ao telefone,
enquanto eu, a Rita e a Mónica púnhamos a conversa
em dia... E no entretanto eram quase 9h da noite... Chegar e não
chegar a Haight e Fillmore eram já quase horas de não
termos sítio para jantar. Estes americanos, comem e deitam-se
cedo.
Mas conseguimos sair de casa e deixar um bilhete
para os Tiagos, Nuno e Sofia irem ter connosco a um bar, depois
do jantar.
Quando chegámos a lower Haight gerou-se uma
indecisão em relação a onde comer. Eu tinha
sugerido um restaurante que me pareceu grego, mas que depois era
turco, mas que afinal, quando resolvemos lá comer, era Libanês.
Mas que tinha uma espécie de burritos, mas feito com pão árabe
e com sabores mediterrâneos.
O restaurante - Ali Baba's Cave - era um bocado
sinistro e pouco asseado, mas isso aqui é quase em todo
o lado. A falta de asseio desta gente até mete dó, às
vezes. Mas entrámos e sentámo-nos numa mesa à espera
de pedir... Mas a Patrícia, que nem ia jantar, estava era
filada na mesa redonda do canto, em que as pessoas tinham que se
sentar no chão e que até cortinas tinha... Por acaso,
dava um ar diferente ao restaurante. Enquanto fomos pedir ao balcão,
as pessoas que estavam nessa mesa saíram e quando voltámos à nossa
mesa, já estávamos noutra... Na mesa do canto!!!
Pedimos Kebab. Eu comi Kebab de cordeiro. Já há muito
que não comia algo tão parecido com a comida portuguesa.
Eram espetadas com arroz branco, salada picante e humus, coberta
por uma fina camada de pão árabe quase sem sabor...
Saímos dali cheios, por pouco mais de $5. É sempre
bom!!!
Quando saímos resolvemos ir para o bar onde
tínhamos combinado com os outros. Mas, eles estavam a chegar
mesmo naquele momento e tivemos que os chamar. Estivemos ali na
conversa, um bocado e como eles ainda não tinham jantado,
sugerimos o restaurante que tínhamos acabado de conhecer...
E fomos ao bar!!!
Digamos que o bar, para além de ter um ar
sinistro, dois porteiros mau-aspecto à porta, custava $5
para entrar... Devem estar maluquinhos!!! Passámos ao seguinte...
Pior, ainda... Nem perguntámos o preço e fomos a
um pub britânico americanizado com o lindo nome de "The mad
dog in the fog" (http://www.themaddoginthefog.com)...
O bar estava mais ou menos às moscas, mas
para o que era servia. Queríamos conversar um bocado e estar
com o Tiago Sacchetti que tinha muitas aventuras para contar...
Da sua viagem alucinante nas terras virgens do México. Mas
eu não vos conto, porque ele é que sabe os pormenores,
mas digo-vos que (como ele diz) o filme "Highway" é uma
brincadeira...
O Pub diz-se ser o melhor sítio para ver
futebol em São Francisco. E vão transmitir o Campeonato
da Europa, quase todo... Mas com a diferença horária
os jogos são transmitidos em directo de manhã. Para
isso abrem o bar mais cedo e até servem pequeno almoço,
se calhar regado a cerveja, não sei... Mas é uma
hipótese para ver Portugal, jogar. Até Junho logo
se vê... Também já não falta muito.
Ficámos ali na conversa, até que o
sono era maior que a vontade de conversar e fomos para casa da
RM&P, os 7 no jipe do Nuno...
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