Sexta-feira, 7 de Abril de 2000
Levantei-me e meti tudo na mochila para estar tudo
pronto para partir para Lake Tahoe, o mais depressa possível.
Ainda não sabia como ia, mas tinha que estar preparado para
tudo.
Cheguei ao escritório e estive a reportar
os bugs todos que encontrei durante a semana, não foram
muitos, mas cada um representavam cerca de 15 passos a seguir para
os reproduzir. Já lá vão 90 e segundo o Ken,
70% deles são bugs ainda não reportados. Se isso
me trouxesse dinheiro para a carteira é que era bom...
Passei os entretantos em plena comunicação
com a Mariana a ver quem é que me levava e como ia para
o Lake Tahoe. Ao princípio da tarde telefona-me o Jaime,
um amigo da Mariana, a combinar como me ir buscar a Corte Madera às
6h. Estava tudo arranjado, podia ir calmamente lanchar. Mas antes
ainda fui a Sausalito comprar uma fita para segurar os óculos.
Não tenho mais nenhuns óculos escuros sem ser os
graduados com as lentes escuras de pôr por cima, e não
podia ir para a neve sem eles e também não podia
perdê-los.
O lanche era especial porque eram os anos do Ben,
o novo tipo, com quem tenho trocado uns CDs. Trocado não é a
expressão certa, porque ele é que me tem emprestado
os CDs dele para eu passar para MP3. Já tenho 5 CDs para
gravar no meu disco rígido. O Ben curte, porque como eu
partilhei essa parte do disco, ele pode ouvir os CDs dele sem ter
que os trazer de casa.
Mas voltando ao lanche. O Jesse telefonou-me a dizer
que o lanche era mais cedo, mas só percebi que estávamos
todos menos o Ben quando lá cheguei. Só chamaram
o Ben quando já tínhamos comido quase tudo, menos
o bolo de aniversário. Lá se cantou os parabéns
ao rapaz, deu-se-lhe um postal e ouviu-se o discurso...
E eu saí a correr, porque ainda tinha que
ir comprar pão antes de me apanharem em Corte Madera. Cheguei
ao local combinado 15 minutos atrasados, como bons portugueses
eles chegaram 30 minutos atrasados. Eu estava ali ao solzinho encostado
a um poste, depois de uma cervejinha e um vinho à maneira,
só não adormeci porque tinha a câmara fotográfica
ali à mão de desaparecer.
O Jaime têm uma daquelas vans americanas,
tipo cabe tudo e mais alguma coisa e ainda há espaço
para mais uma série de tralha. Íamos na carrinha
5 - eu, o Jaime, o João, a Ana e a Mariana - mais as mochilas
de todos e a snowboard da Mariana. Parecíamos uns adolescentes
excitados em véspera de ir para a neve... E não éramos?
Só somos mais velhos um bocadinho, mas na idade.
O João dormia, a Ana ia à frente na
conversa com o Jaime e eu cá trás na conversa com
a Mariana e a tentar disfarçar o hálito a bêbado
que devia de trazer. No entretanto parámos para comer no
In-N-Out, mais um clone do MacDonalds, que a Ana e o Jaime dizem
ser o melhor... Tenho as minhas dúvidas. Uma coisa é certa
o empregado tem de certeza a conversa mais rápida que eu
alguma vez vi.
O resto do caminho foi a tentar ver a neve que o
João via em cada esquina. O rapaz estava obcecado com a
coisa e nós demos-lhe o benefício da dúvida.
Quando chegámos a South Lake Tahoe, como
seria de esperar perdemo-nos e só chegámos às
casas onde íamos chegar depois das 10h da noite. Mas mesmo
assim fomos os primeiros a chegar. Telefonámos para a recepção
para nos virem abrir a porta e quando lá chegámos
já a RM&P e o Tom tinham chegado. As portas estavam
abertas, mas o Tom teve que dar o cartão de crédito
dele como garantia. Era a primeira vez que o rapaz saia connosco
e começava logo a ter responsabilidades sobre nós...
Rico começo... Mas depressa lhe passou o medo.
Arrumámos as coisas e quando chegou o Martin,
as Helenas e o Diogo, fomos jantar... Fomos é como quem
diz, porque eu e o resto dos do carro do Jaime já tínhamos
jantado.
Fomos até ao Denny´s, outro clone do
MacDonnalds, mas mais arrumadinho e com serviço à mesa.
Género drive-in dos anos 60. Aliás um dos empregados,
parecia não ter evoluído muito desde a abertura do
estabelecimento, nem cortado o cabelo desde então. Com os
seus quase dois metros, com uma linda cabeleira loira pelos ombros
e enrolada como se tivesse levado rolos, parecia o penteado da
Marylinn Monroe. Só que num homem não fica bem...
Acho eu!!! Ele deve achar o contrário.
Mas pronto! Não serviam bebidas alcoólicas
depois das 10h e isso fez com que eu me ficasse por não
comer nem beber nada.
Voltámos às casas onde no entretanto
já tinha chegado o resto do pessoal, que já cantavam
e riam-se acompanhados por umas belas garrafas de Charamba.
Éramos 25. As casas tinham o limite máximo
de 18 pessoas e foram alugadas como se fossemos 17... Estes tipos
têm que começar a perguntar a nacionalidade das pessoas
antes de alugarem estas coisas. Se forem portugueses é melhor
confirmar que não são enganados.
Assim, ficámos na conversa. Eu, a Rita, a
Mónica, a Patrícia, o Tiago, o Nuno, a Joana, o Mário
e a mulher Sá, o Diogo, o João, a São, a Helena
Brito, a Helena Franco, e o Carlos do Contacto, a Mariana do ICEP
de San Francisco, o Jaime amigo da Mariana e que mora em Modesto
(se isto é nome de terra), a Ana Pinhal que estuda em SF,
o maluco do André que rachou uma clavícula no México
, a Liza uma amiga dele, meio açoreana, o costa-riquenho
Juan colega de trabalho do Carlos, a Ana Magalhães e o Pedro
Pereira os novos elementos do Contacto Tecnológico, o alemão
nascido na Bulgária Martin, e o seu amigo holandês
o Tom. Confusão? Nada...
Fui dormir tarde, mas ainda tive a sorte de ser
acordado pelo Carlos que decidiu andar a mostrar à Rita,
as calças impermeáveis da Nike que tinha comprado,
isto às 2h30m da manhã. E estava todo excitado porque
as calças tinham "o símbolo da Nike e tudo".
|