TERÇA-FEIRA, 11 DE ABRIL DE 2000 C61
Vista da Casa em Lake Tahoe - Fotografia de Mário Nunes

Sexta-feira, 7 de Abril de 2000

Levantei-me e meti tudo na mochila para estar tudo pronto para partir para Lake Tahoe, o mais depressa possível. Ainda não sabia como ia, mas tinha que estar preparado para tudo.

Cheguei ao escritório e estive a reportar os bugs todos que encontrei durante a semana, não foram muitos, mas cada um representavam cerca de 15 passos a seguir para os reproduzir. Já lá vão 90 e segundo o Ken, 70% deles são bugs ainda não reportados. Se isso me trouxesse dinheiro para a carteira é que era bom...

Passei os entretantos em plena comunicação com a Mariana a ver quem é que me levava e como ia para o Lake Tahoe. Ao princípio da tarde telefona-me o Jaime, um amigo da Mariana, a combinar como me ir buscar a Corte Madera às 6h. Estava tudo arranjado, podia ir calmamente lanchar. Mas antes ainda fui a Sausalito comprar uma fita para segurar os óculos. Não tenho mais nenhuns óculos escuros sem ser os graduados com as lentes escuras de pôr por cima, e não podia ir para a neve sem eles e também não podia perdê-los.

O lanche era especial porque eram os anos do Ben, o novo tipo, com quem tenho trocado uns CDs. Trocado não é a expressão certa, porque ele é que me tem emprestado os CDs dele para eu passar para MP3. Já tenho 5 CDs para gravar no meu disco rígido. O Ben curte, porque como eu partilhei essa parte do disco, ele pode ouvir os CDs dele sem ter que os trazer de casa.

Mas voltando ao lanche. O Jesse telefonou-me a dizer que o lanche era mais cedo, mas só percebi que estávamos todos menos o Ben quando lá cheguei. Só chamaram o Ben quando já tínhamos comido quase tudo, menos o bolo de aniversário. Lá se cantou os parabéns ao rapaz, deu-se-lhe um postal e ouviu-se o discurso...

E eu saí a correr, porque ainda tinha que ir comprar pão antes de me apanharem em Corte Madera. Cheguei ao local combinado 15 minutos atrasados, como bons portugueses eles chegaram 30 minutos atrasados. Eu estava ali ao solzinho encostado a um poste, depois de uma cervejinha e um vinho à maneira, só não adormeci porque tinha a câmara fotográfica ali à mão de desaparecer.

O Jaime têm uma daquelas vans americanas, tipo cabe tudo e mais alguma coisa e ainda há espaço para mais uma série de tralha. Íamos na carrinha 5 - eu, o Jaime, o João, a Ana e a Mariana - mais as mochilas de todos e a snowboard da Mariana. Parecíamos uns adolescentes excitados em véspera de ir para a neve... E não éramos? Só somos mais velhos um bocadinho, mas na idade.

O João dormia, a Ana ia à frente na conversa com o Jaime e eu cá trás na conversa com a Mariana e a tentar disfarçar o hálito a bêbado que devia de trazer. No entretanto parámos para comer no In-N-Out, mais um clone do MacDonalds, que a Ana e o Jaime dizem ser o melhor... Tenho as minhas dúvidas. Uma coisa é certa o empregado tem de certeza a conversa mais rápida que eu alguma vez vi.

O resto do caminho foi a tentar ver a neve que o João via em cada esquina. O rapaz estava obcecado com a coisa e nós demos-lhe o benefício da dúvida.

Quando chegámos a South Lake Tahoe, como seria de esperar perdemo-nos e só chegámos às casas onde íamos chegar depois das 10h da noite. Mas mesmo assim fomos os primeiros a chegar. Telefonámos para a recepção para nos virem abrir a porta e quando lá chegámos já a RM&P e o Tom tinham chegado. As portas estavam abertas, mas o Tom teve que dar o cartão de crédito dele como garantia. Era a primeira vez que o rapaz saia connosco e começava logo a ter responsabilidades sobre nós... Rico começo... Mas depressa lhe passou o medo.

Arrumámos as coisas e quando chegou o Martin, as Helenas e o Diogo, fomos jantar... Fomos é como quem diz, porque eu e o resto dos do carro do Jaime já tínhamos jantado.

Fomos até ao Denny´s, outro clone do MacDonnalds, mas mais arrumadinho e com serviço à mesa. Género drive-in dos anos 60. Aliás um dos empregados, parecia não ter evoluído muito desde a abertura do estabelecimento, nem cortado o cabelo desde então. Com os seus quase dois metros, com uma linda cabeleira loira pelos ombros e enrolada como se tivesse levado rolos, parecia o penteado da Marylinn Monroe. Só que num homem não fica bem... Acho eu!!! Ele deve achar o contrário.

Mas pronto! Não serviam bebidas alcoólicas depois das 10h e isso fez com que eu me ficasse por não comer nem beber nada.

Voltámos às casas onde no entretanto já tinha chegado o resto do pessoal, que já cantavam e riam-se acompanhados por umas belas garrafas de Charamba.

Éramos 25. As casas tinham o limite máximo de 18 pessoas e foram alugadas como se fossemos 17... Estes tipos têm que começar a perguntar a nacionalidade das pessoas antes de alugarem estas coisas. Se forem portugueses é melhor confirmar que não são enganados.

Assim, ficámos na conversa. Eu, a Rita, a Mónica, a Patrícia, o Tiago, o Nuno, a Joana, o Mário e a mulher Sá, o Diogo, o João, a São, a Helena Brito, a Helena Franco, e o Carlos do Contacto, a Mariana do ICEP de San Francisco, o Jaime amigo da Mariana e que mora em Modesto (se isto é nome de terra), a Ana Pinhal que estuda em SF, o maluco do André que rachou uma clavícula no México , a Liza uma amiga dele, meio açoreana, o costa-riquenho Juan colega de trabalho do Carlos, a Ana Magalhães e o Pedro Pereira os novos elementos do Contacto Tecnológico, o alemão nascido na Bulgária Martin, e o seu amigo holandês o Tom. Confusão? Nada...

Fui dormir tarde, mas ainda tive a sorte de ser acordado pelo Carlos que decidiu andar a mostrar à Rita, as calças impermeáveis da Nike que tinha comprado, isto às 2h30m da manhã. E estava todo excitado porque as calças tinham "o símbolo da Nike e tudo".



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