Sexta-feira, 10 de Março de 2000 (Cont.)
O dia passou como de costume até à hora
do lanche.
O Jesse, que não estava nos seus dias, pela
cara que apresentava, veio-me chamar para ir lanchar no preciso
momento em que a Cláudia me telefonou. A coitada tinha posto
o despertador com a intenção de se levantar cedo,
mas esqueceu-se de mudar a hora para a hora local e em vez de acordar às
11h da manha daqui, acordou às 11h da noite daí...
3h da tarde.
O lanche, que esta semana não foi muito famoso,
e que era basicamente só Pizzas, cerveja e vinho, era mesmo
a imagem de que o Jesse (que é o responsável pelas
compras) não estava muito bem. Acho que o filho anda doente.
Depois de beber uns copitos de dois vinhos diferentes
da região (Cabournet Sauvignon e Merlot) e umas fatias de
pizza, rumei a casa já alegre. Mas não sei antes
dar uma de artista e mostrar como se joga matrecos em terras lusitanas.
Digamos que aqui se joga ao bola para a frente em força
e eu quebrava o jogo adversário com fintas e técnica, à futebol
latino. Mas o Leroy tem um remate que quase fura a tabela. Perdi
o primeiro jogo à baliza e ganhei o segundo, com alguma
vantagem, à frente... Já estava mais habituado aos
matrecos de PLÁSTICO!!!
Quando cheguei a Cláudia só tinha
tomado banho e feito a mala... Não tinha comida nada nem
tinha ido ao supermercado comprar a comida para o jantar, pelo
que o tivemos que ir fazer. Mas como não há stresses
por aqui, sentamo-nos calmamente a gozar os últimos momentos
juntos, a tomar café numas cadeiras de vide.
Depois de comprado o frango e o vinho para o jantar,
tentei telefonar para a RM&P para avisar que estava atrasado.
Mas nem precisei de telefonar, porque a Mónica como já tem
o PC estava a matar saudades no ICQ.
Saímos a correr, porque o autocarro passava
naquele momento. Quando chegámos à paragem, estava
a perguntar a uma chinoca se o 20 tinha passado, quando apareceu
o Singh na sua fantástica carrinha voadora e nos deu boleia.
A meio do caminho é que eu me apercebi que
o Singh ia para o lado contrário e que estava a ser simpático,
mas que se estava a atrasar. Nós no entretanto estávamos
na parte de trás da carrinha e escorregávamos nos
arranques e travagens do meu colega de apartamento. Diga-se de
passagem que os limites de velocidade na auto-estrada não
são para ele... Nem para a maioria dos utentes.
Para que não se atrasasse mais saímos
uns quarteirões antes da casa delas, mas não fazia
mal... Afinal estávamos a horas. Obrigado Singh!!!
Cheguei e comecei a fazer um caril de galinha magnífico...
Em honra ao Singh. Acompanhado por um vinho dos mais carrascões
que eu já bebi por cá... Os copos ficavam cor de
amora... Já não bebia uma coisa tão reles
desde o rali das tascas na universidade. Mas a aceleração
do pessoal acompanhou o vinho... e a Cerveja...
Saímos para casa do Jorge e do João,
já atrasados, mas também eles são tudo menos
pontuais e a festa podia começar sem nós... Como
começou.
Quando íamos a subir Larkin apareceu a Ana,
e como era obrigatório para a festa trazer uma pessoa que
ninguém conhecesse, ela vinha acompanhada com uma amiga
de cabelo azul e vermelho, camisola de lã preta acima do
umbigo, calças verde tropa pelo joelho e botas da tropa,
com piercings visíveis em várias zonas do corpo...
O Carlos que já vinha alegre, solta um grito muito alto,
em tom de gozo, para a Ana "A tua amiga é portuguesa?",
pensando que ela não percebia... E como resposta a Micas
(era assim que se chamava a personagem) responde-lhe também
alto, "Sou! Porquê?". O Carlos se tinha um buraco enfiavasse
lá... Mas... Sorriu e seguimos para a festa.
A festa estava ao rubro. Até os pais da Joana
lá estavam... Até que ela os foi levar, e aos pais
do João, para irem dormir a Mountain View. Era uma festa
multi-cultural, maioritariamente portuguesa, mas com a presença
de uma alemão (Martin), um Costa Riquenho (Juan), um Salvadorenho
(?), uma natural de Coraçao (?) e dois brasileiros (Alexis
e Rafael). A bebida era muita... Começámos com vinho,
mas depressa se estava na caipirinha, caipirosca, gin, vodka e
derivados do álcool de toda a espécie.
Momentos altos da noite: O assalto à casa
de banho... O Tiago Sanches sugeriu tentarmos ver quantas pessoas é que
cabiam na casa de banho e tenho a certeza que o record foi batido,
mas tenho mais a certeza que o Jorge e o João tiveram bastantes
dificuldades em limpar a coisa... Depois mando as fotos.
E a tentativa de suicidio da Rita... Triste de saudades
e alegre do álcool a Rita numa tentativa de acabar com estes
sentimentos contrários, decidiu encostar-se a um vidro para
disfarçar a sua tentativa de saltar. O vidro partiu... Um
vidro no quarto do Jorge... Que eu não sei como é que
ele conseguiu lá dormir com a fumarada e a sujidade, uma
vez que era o centro da festa.
A presença da policia. Sim!!! Eles estiveram
lá, mas nos conseguimos adiar a prisão, por mais
uns tempos.
E por fim, o KO técnico da Helena... Que
estava muito alegre e divertida, mas... Acabou a festa mais cedo.
Nós chegámos a casa da RM&P às
5h da manha. Depois de umas discussões onde ir dormir e
de como conduzir sobre o efeito do álcool, conseguimos chegar
são e salvos a casa.
Ainda houve umas tentativas de continuar a festa
em casa da RM&P, mas já não havia pedal... O
Tiago Sanches e o Juan caíram como estavam e nos fomos a
seguir.
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