SEGUNDA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2000 C45
Na Casa de Banho - Fotografia de Mónica Pinto

Sexta-feira, 10 de Março de 2000 (Cont.)

O dia passou como de costume até à hora do lanche.

O Jesse, que não estava nos seus dias, pela cara que apresentava, veio-me chamar para ir lanchar no preciso momento em que a Cláudia me telefonou. A coitada tinha posto o despertador com a intenção de se levantar cedo, mas esqueceu-se de mudar a hora para a hora local e em vez de acordar às 11h da manha daqui, acordou às 11h da noite daí... 3h da tarde.

O lanche, que esta semana não foi muito famoso, e que era basicamente só Pizzas, cerveja e vinho, era mesmo a imagem de que o Jesse (que é o responsável pelas compras) não estava muito bem. Acho que o filho anda doente.

Depois de beber uns copitos de dois vinhos diferentes da região (Cabournet Sauvignon e Merlot) e umas fatias de pizza, rumei a casa já alegre. Mas não sei antes dar uma de artista e mostrar como se joga matrecos em terras lusitanas. Digamos que aqui se joga ao bola para a frente em força e eu quebrava o jogo adversário com fintas e técnica, à futebol latino. Mas o Leroy tem um remate que quase fura a tabela. Perdi o primeiro jogo à baliza e ganhei o segundo, com alguma vantagem, à frente... Já estava mais habituado aos matrecos de PLÁSTICO!!!

Quando cheguei a Cláudia só tinha tomado banho e feito a mala... Não tinha comida nada nem tinha ido ao supermercado comprar a comida para o jantar, pelo que o tivemos que ir fazer. Mas como não há stresses por aqui, sentamo-nos calmamente a gozar os últimos momentos juntos, a tomar café numas cadeiras de vide.

Depois de comprado o frango e o vinho para o jantar, tentei telefonar para a RM&P para avisar que estava atrasado. Mas nem precisei de telefonar, porque a Mónica como já tem o PC estava a matar saudades no ICQ.

Saímos a correr, porque o autocarro passava naquele momento. Quando chegámos à paragem, estava a perguntar a uma chinoca se o 20 tinha passado, quando apareceu o Singh na sua fantástica carrinha voadora e nos deu boleia.

A meio do caminho é que eu me apercebi que o Singh ia para o lado contrário e que estava a ser simpático, mas que se estava a atrasar. Nós no entretanto estávamos na parte de trás da carrinha e escorregávamos nos arranques e travagens do meu colega de apartamento. Diga-se de passagem que os limites de velocidade na auto-estrada não são para ele... Nem para a maioria dos utentes.

Para que não se atrasasse mais saímos uns quarteirões antes da casa delas, mas não fazia mal... Afinal estávamos a horas. Obrigado Singh!!!

Cheguei e comecei a fazer um caril de galinha magnífico... Em honra ao Singh. Acompanhado por um vinho dos mais carrascões que eu já bebi por cá... Os copos ficavam cor de amora... Já não bebia uma coisa tão reles desde o rali das tascas na universidade. Mas a aceleração do pessoal acompanhou o vinho... e a Cerveja...

Saímos para casa do Jorge e do João, já atrasados, mas também eles são tudo menos pontuais e a festa podia começar sem nós... Como começou.

Quando íamos a subir Larkin apareceu a Ana, e como era obrigatório para a festa trazer uma pessoa que ninguém conhecesse, ela vinha acompanhada com uma amiga de cabelo azul e vermelho, camisola de lã preta acima do umbigo, calças verde tropa pelo joelho e botas da tropa, com piercings visíveis em várias zonas do corpo... O Carlos que já vinha alegre, solta um grito muito alto, em tom de gozo, para a Ana "A tua amiga é portuguesa?", pensando que ela não percebia... E como resposta a Micas (era assim que se chamava a personagem) responde-lhe também alto, "Sou! Porquê?". O Carlos se tinha um buraco enfiavasse lá... Mas... Sorriu e seguimos para a festa.

A festa estava ao rubro. Até os pais da Joana lá estavam... Até que ela os foi levar, e aos pais do João, para irem dormir a Mountain View. Era uma festa multi-cultural, maioritariamente portuguesa, mas com a presença de uma alemão (Martin), um Costa Riquenho (Juan), um Salvadorenho (?), uma natural de Coraçao (?) e dois brasileiros (Alexis e Rafael). A bebida era muita... Começámos com vinho, mas depressa se estava na caipirinha, caipirosca, gin, vodka e derivados do álcool de toda a espécie.

Momentos altos da noite: O assalto à casa de banho... O Tiago Sanches sugeriu tentarmos ver quantas pessoas é que cabiam na casa de banho e tenho a certeza que o record foi batido, mas tenho mais a certeza que o Jorge e o João tiveram bastantes dificuldades em limpar a coisa... Depois mando as fotos.

E a tentativa de suicidio da Rita... Triste de saudades e alegre do álcool a Rita numa tentativa de acabar com estes sentimentos contrários, decidiu encostar-se a um vidro para disfarçar a sua tentativa de saltar. O vidro partiu... Um vidro no quarto do Jorge... Que eu não sei como é que ele conseguiu lá dormir com a fumarada e a sujidade, uma vez que era o centro da festa.

A presença da policia. Sim!!! Eles estiveram lá, mas nos conseguimos adiar a prisão, por mais uns tempos.

E por fim, o KO técnico da Helena... Que estava muito alegre e divertida, mas... Acabou a festa mais cedo.

Nós chegámos a casa da RM&P às 5h da manha. Depois de umas discussões onde ir dormir e de como conduzir sobre o efeito do álcool, conseguimos chegar são e salvos a casa.

Ainda houve umas tentativas de continuar a festa em casa da RM&P, mas já não havia pedal... O Tiago Sanches e o Juan caíram como estavam e nos fomos a seguir.



Índice: Página I1 Col. 1
Próxima Crónica: Página C46 Col. 1