Domingo, 5 de Março de 2000
Acordámos com o telefonema do João
a convidar o pessoal, para dar um salto a Sausalito... Obrigado!
Mas tínhamos lá estado no dia anterior e queríamos
passear por SF (eu e a Cláudia) e as meninas tinham roupa
para lavar e compras para fazer. Além disso o tempo não
estava muito certo...
Saí com a Cláudia, e fomos tomar o
pequeno almoço ao Starbuck's de O'Farrell. A Cláudia
começou a ter o primeiro contacto com a cidade. É tudo
muito bonito e novo... O Starbuck é muito giro com piano
e tudo. As pessoas são simpáticas, mas não
o melhor é não pensar no preço do café em
escudos.
Saímos dali e entramos no Macy's. Uma loja
tipo Grand Magazin francês, com tudo desde a cueca fio dental
ao móvel de sala, passando pela perfumaria e pela retrete.
Quase uma hora e meia depois, saímos sem ver o último
andar, que tinha o mobiliário e acessórios, porque
tínhamos combinado com a RM&P no Mac de Powell, como
de costume. Quando saímos é que nos apercebemos que
aquela era a Macy's de mulher e que do outro lado era a Macy's
de homem. Dá para perder um dia em cada uma das lojas sem
dinheiro, imagino com dinheiro.
Levei a Cláudia a ver o cable car a dar a
volta em Powell e fomos almoçar ao Mac. Mas não sem
passar pela Gap Baby e querer comprar a loja toda para a Carolina
e para o João Carlos, que faz anos hoje. Parabéns
sobrinho!!!
Só apareceram a Rita e a Mónica, para
almoçar. A Cláudia decidiu denegrir a minha casta
imagem por estes lados, e contar alguns episódios da minha
rebelde existência e de alguns dos meus amigos. Elas também
já tinham visto dia anterior, a cara do Nuno a acordar e
que a Ana tinha enviado para os Biscoitos...
Saímos do Mac e começámos a
ronda pelo comércio local. Centro Comercial Nordestrom,
Benetton, American Eagle, Gap, Urban qualquer-coisa, Virgin, Sephora,
Levi's, Niketown, The North Face e Diesel.
Na North Face estava a filha da actriz brasileira
Fernanda Montenegro, com o filho e o pai da criança, às
compras.
Daí entrámos em Chinatown. As ruas
estavam meio vazias, não sei se por causa do tempo, mas
estava pouca gente por ali. Entrámos numa loja de acessórios
de cozinha à procura dum instrumento imaginário que
julgávamos existir e que faria umas formas geométricas
a partir de peixe. Viemos a descobrir que afinal era a partir de
lulas e que o instrumento fantástico era uma faca vulgar
e perícia de cozinheiro... Mas aprendemos umas coisas.
Entrámos numa mercearia chinesa, daquelas
que cheira a bacalhau e mal, e que vende desde barbatanas de tubarão
a cogumelos secos. Estava um chinês a fazer Karaoke, a cantar
em chinês uma musica americana e com a letra a passar na
televisão, mas em caracteres chineses. Duas americanas estavam
a dançar e a curtir. Sá na América.
Saímos de Chinatown e entramos em North Beach
ou Little Italy, como quiserem. Passámos pela livraria da
beat generation e entrámos no Vesuvio. Sentamo-nos e bebemos
cada um, uma cerveja diferente made in San
Francisco. A Claudia bebeu a preta e eu a Ale. Estivemos
ali a desfrutar um belo fim de tarde de chuva no bar mais conhecido
de SF, e com certeza um dos mais engraçados. Aproveitámos
para pôr a conversa em dia.
Quando saímos chovia e já era de noite.
Mesmo ao lado do Vesuvio, existe uma loja de artefactos tribais
extraordinária. Entrámos. A música parecia,
qualquer coisa como uma música tribal hipnótica dos
aborígenes. No lusco fusco da entrada estava um totem índio,
várias estátuas da Shiva e pedras das mais diversas
origens. Troncos esculpidos com a forma de crocodilos e índios.
O empregado ou dono da loja comia e quebrava os silêncios
da música com os pauzinhos chineses a raspar na embalagem
do take away... As peças eram caríssimas, pelo menos
pareciam autênticas, e qualquer uma ficava bem em minha casa.
Fomos à chuva até casa da RM&P.
Estivemos na conversa um bocado e fomos comprar uns burritos para
o jantar. Mas que burritos... Imaginem massa de pão finíssima
com o recheio feito de arroz, feijão, carne e molho com
salada. Mas do tamanho de um salpicão. Empanturrámo-nos
com aquilo e vimos outro filme antes de ir dormir.
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