Segunda-feira, 6 de Março de 2000
Acordámos (Eu e a Cláudia) com a saída
de casa da Patrícia, da Rita e por fim da Mónica.
Levantamo-nos e depois de lavar a cara e vestirmo-nos fomos apanhar
o autocarro.
Eu sai em Marin City e a Cláudia seguiu para
Corte Madera. Segui o trilho pedestre/equestre/ciclístico
até ao escritório. São 20 minutos a pé desde
Marin City, junto à água da baía que começa
a estar povoada de pássaros e passarinhos de todas as cores
e feitios. No início do trilho, junto a Marin City, existem
uma série de Barcos-Casa, todos diferentes e a cair de podres,
mas dá um colorido especial ao sítio.
Aproveitei para tirar uma fotos, porque a manhã estava
ensolarada.
Ao meio da tarde recebi uma mensagem de e-mail da
Cláudia a dizer que tinha ido ao Safeway e que se perdeu
no meio da variedade de coisas que lá há e que se
assustou com os preços. E que adorou o centro comercial
de Corte Madera (género Forum de Aveiro, em open space,
mas mais pequeno e mais acolhedor).
Ao fim da tarde voltei para casa na Vaynessa, entre
dois períodos de chuva. Há quase um mês que
não há um dia que não chova e há zonas
aqui em que já choveu mais 30% do que a media normal para
esta altura do ano. O que vale é que depois da tempestade
vem o Bonanza...
Quando cheguei a casa a Cláudia estava ainda
abismada com a televisão e com a quantidade de series cómicas
que passam o dia todo em quase todos os canais.
Fui comprar umas cervejas para acompanhar as Amêijoas à Bolhão
Pato, que a Cláudia estava a preparar para o jantar e uns
burritos congelados para terminar a refeição.
As amêijoas sabiam a céu. Acompanhadas
por uma cervejita e uma musiquinha na aparelhagem do Singh. Que
rico começo de semana...
Terça-feira, 7 de Março de 2000
Acordei e depois do banho, peguei na Vaynessa e
fui para o escritório. A Cláudia ficou a dormir.
Como combinado saí às 4h da tarde
para ir apanhar o autocarro a Marin City, onde a deveria vir a
Cláudia, para irmos atá Haight St. onde havia um
concerto grátis na Amoeba às 6h. A Mónica,
Rita, Patrícia, Diogo e a namorada dele, que também
se chama Patrícia, iam lá ter cerca das 7h.
Chovia torrencialmente e pedi ao Jesse que me desse
uma boleia até MC. Ele deixou-me na paragem e perguntou-me
se estava armado e pronto a defender a minha carteira. A zona é um
bocado HardCore e o crime anda à solta, mas nunca me senti
propriamente ameaçado.
O concerto na Amoeba era de uns tais Knoxville Girls
que inclui na sua formação o velhinho Kid Congo Powers
dos Gun Club e dos Bad Seeds, do não menos velho Nick Cave.
Mas quando entrei no 20 em Marin City a Claudia
não vinha no autocarro. Pensei que tinha ido mais cedo para
Haight para ver melhor aquilo, mas podia ter telefonado.
Quando cheguei a Haight chovia. Entrei na Amoeba,
mas a Cláudia não estava lá... Mas estava
o Kid Congo Powers na conversa com outro tipo, mesmo à entrada.
Como era ainda cedo, dei uma volta pela rua... Mas Cláudia,
nada.
Fiquei ali na rua à espera, até que às
18h30m decidi que ela já era adulta e se sabia safar e decidi
ir ver o concerto. Entrei e ouvi os últimos três acordes
de guitarra e um caloroso aplauso, seguido de um "Thank You! Good
Night!". Foi o que vi do concerto...
Fui passear entre as prateleiras de CDs usados.
5 minutos passados chegou a Cláudia... Tinha adormecido
e perdeu o autocarro... Nem sequer tinha almoçado ainda,
pelo que fomos comer qualquer coisa, enquanto o resto do pessoal
não chegava. Mais um burrito a meias, mas mais pequeno que
o de Domingo e maior que os congelados.
Quando voltámos à Amoeba, já a
Mónica e a Rita tinham chegado e a Mónica carregava
uns 5 CDs para comprar. Prefiro não dizer quantos é que
ela trouxe.
O Diogo e a Patrícia chegaram depois e fomos
jantar. Fomos a um chinês lá na rua (Haight) frequentado
pela polícia e mais ninguém. A casa de banho era
muito bem decorada com uns belos grafittis e um perfume que tirava
o apetite a qualquer um. A comida não era nada de especial,
alias a Mónica achou que era mesmo má. Eu cá comi
bem e por $6.25 não nos pudemos queixar muito.
O empregado do chinês era assim uma mistura
de china com um índio americano, com umas calcas pretas
que de certeza foram usadas para regar o milho... E com meia branca
a sobressair sob a calca curta. Só fica bem.
O Diogo e a Patrícia preferiram ir comer
um burrito... Mas quando voltaram também tiveram direito
ao biscoito da sorte chinês. O meu dizia que "Generosidade
e perfeição são os meus eternos objectivos",
mas não esperem muito da minha generosidade quando vierem
cá... Tragam dinheiro!!!
Chovia quando saímos. Apanhamos o autocarro
e fomos para casa... Dormir.
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