SEXTA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2000 C43
Casas em Corte Madera - Fotografia de Rui Gonçalves

Segunda-feira, 6 de Março de 2000

Acordámos (Eu e a Cláudia) com a saída de casa da Patrícia, da Rita e por fim da Mónica. Levantamo-nos e depois de lavar a cara e vestirmo-nos fomos apanhar o autocarro.

Eu sai em Marin City e a Cláudia seguiu para Corte Madera. Segui o trilho pedestre/equestre/ciclístico até ao escritório. São 20 minutos a pé desde Marin City, junto à água da baía que começa a estar povoada de pássaros e passarinhos de todas as cores e feitios. No início do trilho, junto a Marin City, existem uma série de Barcos-Casa, todos diferentes e a cair de podres, mas dá um colorido especial ao sítio.

Aproveitei para tirar uma fotos, porque a manhã estava ensolarada.

Ao meio da tarde recebi uma mensagem de e-mail da Cláudia a dizer que tinha ido ao Safeway e que se perdeu no meio da variedade de coisas que lá há e que se assustou com os preços. E que adorou o centro comercial de Corte Madera (género Forum de Aveiro, em open space, mas mais pequeno e mais acolhedor).

Ao fim da tarde voltei para casa na Vaynessa, entre dois períodos de chuva. Há quase um mês que não há um dia que não chova e há zonas aqui em que já choveu mais 30% do que a media normal para esta altura do ano. O que vale é que depois da tempestade vem o Bonanza...

Quando cheguei a casa a Cláudia estava ainda abismada com a televisão e com a quantidade de series cómicas que passam o dia todo em quase todos os canais.

Fui comprar umas cervejas para acompanhar as Amêijoas à Bolhão Pato, que a Cláudia estava a preparar para o jantar e uns burritos congelados para terminar a refeição.

As amêijoas sabiam a céu. Acompanhadas por uma cervejita e uma musiquinha na aparelhagem do Singh. Que rico começo de semana...

Terça-feira, 7 de Março de 2000

Acordei e depois do banho, peguei na Vaynessa e fui para o escritório. A Cláudia ficou a dormir.

Como combinado saí às 4h da tarde para ir apanhar o autocarro a Marin City, onde a deveria vir a Cláudia, para irmos atá Haight St. onde havia um concerto grátis na Amoeba às 6h. A Mónica, Rita, Patrícia, Diogo e a namorada dele, que também se chama Patrícia, iam lá ter cerca das 7h.

Chovia torrencialmente e pedi ao Jesse que me desse uma boleia até MC. Ele deixou-me na paragem e perguntou-me se estava armado e pronto a defender a minha carteira. A zona é um bocado HardCore e o crime anda à solta, mas nunca me senti propriamente ameaçado.

O concerto na Amoeba era de uns tais Knoxville Girls que inclui na sua formação o velhinho Kid Congo Powers dos Gun Club e dos Bad Seeds, do não menos velho Nick Cave.

Mas quando entrei no 20 em Marin City a Claudia não vinha no autocarro. Pensei que tinha ido mais cedo para Haight para ver melhor aquilo, mas podia ter telefonado.

Quando cheguei a Haight chovia. Entrei na Amoeba, mas a Cláudia não estava lá... Mas estava o Kid Congo Powers na conversa com outro tipo, mesmo à entrada. Como era ainda cedo, dei uma volta pela rua... Mas Cláudia, nada.

Fiquei ali na rua à espera, até que às 18h30m decidi que ela já era adulta e se sabia safar e decidi ir ver o concerto. Entrei e ouvi os últimos três acordes de guitarra e um caloroso aplauso, seguido de um "Thank You! Good Night!". Foi o que vi do concerto...

Fui passear entre as prateleiras de CDs usados. 5 minutos passados chegou a Cláudia... Tinha adormecido e perdeu o autocarro... Nem sequer tinha almoçado ainda, pelo que fomos comer qualquer coisa, enquanto o resto do pessoal não chegava. Mais um burrito a meias, mas mais pequeno que o de Domingo e maior que os congelados.

Quando voltámos à Amoeba, já a Mónica e a Rita tinham chegado e a Mónica carregava uns 5 CDs para comprar. Prefiro não dizer quantos é que ela trouxe.

O Diogo e a Patrícia chegaram depois e fomos jantar. Fomos a um chinês lá na rua (Haight) frequentado pela polícia e mais ninguém. A casa de banho era muito bem decorada com uns belos grafittis e um perfume que tirava o apetite a qualquer um. A comida não era nada de especial, alias a Mónica achou que era mesmo má. Eu cá comi bem e por $6.25 não nos pudemos queixar muito.

O empregado do chinês era assim uma mistura de china com um índio americano, com umas calcas pretas que de certeza foram usadas para regar o milho... E com meia branca a sobressair sob a calca curta. Só fica bem.

O Diogo e a Patrícia preferiram ir comer um burrito... Mas quando voltaram também tiveram direito ao biscoito da sorte chinês. O meu dizia que "Generosidade e perfeição são os meus eternos objectivos", mas não esperem muito da minha generosidade quando vierem cá... Tragam dinheiro!!!

Chovia quando saímos. Apanhamos o autocarro e fomos para casa... Dormir.



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