Porém isso não aconteceu.
Ainda tive a oportunidade de comprar bilhetes para ver
o Chelsea-F.C. Porto, mas não era a mesma coisa. Não
era um jogo inglês puro e além disso tinha que ir a Londres
a meio da semana e voltar. Era uma canseira e eu nem
sou do Porto... E, ainda por cima, para ver o Porto perder.
Mas como não pude ir ver um jogo da Primiership
de futebol não podia deixar de ir ver um jogo da Primiership
de Rugby. E digo-vos acho que só fiz bem.
O jogo foi entre os London Irish, de Middlesex,
mas que jogam aqui em Reading, contra os Worcester Warriors,
de (imaginem) Worcester, uma cidade ali para os lados
de Birmigham, mesmo ao lado da terra do Shakespeare,
Stratford-upon-Avon. O sétimo da tabela contra o penúltimo
(o último é uma equipa chamada NEC Harlequins, patrocinada
pela NEC UK). Mas isso não interessava para os sete mil
adeptos que lá estavam, porque era um jogo de rugby.
E foi jogado do início ao fim ao contrário dos jogos
de futebol que são feitos de muito engonhanço.
Os London Irish (http://www.london-irish.com/),
como diz o nome, foi criado por um grupo de irlandeses
em Londres. Em Middlesex, uma terra com um nome muito
curioso, porém que nada tem a ver com a homossexualidade.
Agora jogam no Majeski Stadium aqui em Reading, onde
hoje [Domingo, 7 de Novembro de 2004] fomos vê-los a
bater o adversário por um expressivo 25-15.
Os London Irish apenas efectuaram um ensaio,
sendo 20 dos seus 25 pontos resultado de pontapés de
grande penalidade. Um dos London Irish, de seu nome Mark
Mapletoft, conseguiu converter todos os pontapés de grande
penalidade, em número de 7 (6 vezes 3, mais 2 pontos
da penalidade resultante do ensaio), em 7 que marcou.
O homem esteve mesmo bem.
Quem não esteve muito bem foi o árbitro
ao assinalar a conversão de um ensaio para os Warriors
mesmo no final da partida. Depois de ter mandado prosseguir
o jogo, voltou atrás e marcou o ensaio e o respectivo
pontapé de penalidade, dando 7 pontos aos Warriors mesmo
antes de apitar para o término da partida. E o público
assobiou-o por isso. Não lhe chamaram nomes como em Portugal,
mas assobiaram-no e apuparam bem.
O jogo foi bom, embora a maioria das jogadas
acontecessem do outro lado do campo. Nós estávamos mesmo
em cima da relva. Tão perto, que o Freddy ainda teve
o prazer de tocar na bola e quase matar duas crianças
que estavam à nossa frente. Mesmo à nossa frente, também,
estava um grande placar vermelho com letras brancas que
dizia "É estritamente proibido estar de pé", ao que acrescentava, "Lembre-se
dos dificientes". Não percebi se era proibido estar de
pé para os deficientes poderem ver o jogo (estavam no
cimo da fila) ou se nos transformavam em deficientes
se nos puséssemos de pé. Preferi não tirar as dúvidas
e fui buscar uma Guinness.
Como verdadeiros irlandeses a Guinness é o
patrocinador oficial. E no estádio vende-se cerveja em
todos os bares e andam uns jovens com um barril às costas
e uma mangueira que enchem uma pint de Guinness por £3.20.
Claro que quem bebe cerveja precisa de ir ao quarto-de-banho,
mas ali tornou-se um problema. E ali percebi porque é que
estes tipos conseguem urinar em qualquer lado. Imaginem
querer urinar num urinol com mais de 5 metros de comprimento,
onde está uma dezena de homens e atrás de vocês e de
cada um desses dez, está uma fila com três homens à espera
para urinar. Eu não consegui! Tive que voltar mais tarde!
Mas pronto foi uma tarde bem passada e
mais um momento que não me vou esquecer. E lá fora continua
o fogo de artifício.
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