Há uns dias que não vos escrevo,
mas não tem acontecido nada de importante... Agora
que falo nisto, eu acho que já vos tinha escrito sobre Domingo
e segunda, mas não encontro nenhum registo da Crónica...
Nem no web site da mailing list. Olha! Se vos escrevi, azar, repito-me...
Depois se encontrar a original, ou se alguém a tiver, compara-se
a ver como é que anda a minha memória.
Domingo, 27 de Fevereiro de 2000
Depois de vos estar a escrever no fim da noite de
sábado, fui dormir... Mas fui acordado pelo pessoal que
tinha saído (não sei se lembram que saíram
todos menos eu e o João) e que estava todo excitado porque
tinham tirado umas fotos num bar universitário em Palo Alto
com uma tipa muita boa... Criancices. O bar estava a fechar e eles
estavam a ser expulsos, quando decidiram tirar umas fotos e convidaram
uma tipa que lá estava e que aparentemente enchia as medidas
dos rapazes. Parece que com ela vieram mais três ou quatro
brindes, homens!!!
Depois estavam com a música alta e a falar
alto às 2h da manhã, porque estavam a passar as fotos
da máquina digital para o portátil... E eu é que
acordei... E os vizinhos se calhar.
Voltei para o saco cama no chão do quarto
do Nuno e dormi até de manhã...
Quando acordei, arrumei as coisas e comi qualquer
coisa e fui para SF com o Martin, o alemão de Berlim leste
que nasceu em Sófia. Confuso? Pois bem, aqui deve ser normal.
Não sou eu um português do centro, nascido em Moçambique
(já falo nisso) e crescido no norte de Portugal...
Fui eu e a Helena F para SF no carro do Martin.
Um bacano que não sabia jogar Rugby e que a meio do jogo
na praia já ensaiava.
Fomos pela 101 e aquilo é como diz o Tiago
Sacchetti, é como navegar na Internet mas o browser é a
janela do carro. Cisco, Intel, Unisys, Yahoo!, .com, .com, .com...
impressionante!!! Agora percebo porque é que o Bill Gates
chamou Windows ao Windows...
Quando cheguei a SF, dei um salto ao apartamento
da Helena F, onde estava a Helena B a fazer o trabalho do ICEP.
O apartamento é do tipo rústico cá do burgo.
Tem umas prateleiras parecidas com as mercearias tradicionais de
Portugal... Não se conhecem o restaurante Mercearia na Ribeira
no Porto... É do género do andar de baixo. Madeira
trabalhada e pintada de branco. Muito giro. Os únicos problemas é ser
no rés-do-chão e na rua Powell dos Cable Car... Vocês
não imaginam o que é ouvir os cabos dos carros a
rolar o dia todo...Ah! E o aquecimento não desliga... Estava
um bocado de calor.
Eu como estava com pressa de chegar a casa para
fazer o trabalho o mais depressa possível, fui-me e desci
Powell até O'Farrell e subi até casa da RM&P.
Estive a conversar com a Patrícia, que não
foi passar o fim de semana a Mountain View connosco, para marcar
a passagem para Boston. O namorado está por lá...
Claro que quando lhe contámos onde tínhamos estado
ficou um bocado de inveja, mas as razoes eram boas, e oportunidades
não deverão faltar para lá voltar.
Uma coisa que vos esqueci de contar acerca de sábado, é que
passámos em Pigeon Point. Um farol na costa escarpada, com
uma paisagem de pasmar de bonita e de onde se observam as baleias
cinzentas quando emigram e passam ao largo da costa daqui. Mas
como o mar estava bravo ver baleias só na imaginação...
Aqui onde eu vivo também se pode ver... Ver se dou lá um
salto um dia a ver se vejo alguma coisa.
Mas quando estava já quase para sair para
apanhar o autocarro para casa, apareceu a Rita e a Mónica...
E eu não consegui resistir a um convite para compartilhar
com elas as três uma Pizza... E só apanhei o autocarro
seguinte.
Fui para casa e estive a fazer o trabalho do ICEP,
ao mesmo tempo que descarregava uns MP3 dos Tindersticks e do servidor
do Napster tudo o que viesse à rede e fosse interessante.
Mas não acabei o trabalho e fui dormir.
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2000
Que dizer de uma segunda feira... Normal como outra
qualquer.
Tirando que o trabalho não passava da cepa
torta. Compilo, linko e dá um erro estúpido... E
não mexi sequer no código da Silicon Graphics, aquilo
era suposto funcionar. Ou estou a por mal as flags de compilação
ou a linkagem com as livrarias não está na ordem
certa. Desculpem estas tretas, mas é mesmo assim. Falei
com o Ken, e ele arranjou-me o contacto de um tipo na SGI que me
podia ajudar... Trocamos uns mails e quando lhe disse que usava
o Windows NT, nunca mais me respondeu... Não percebo, o
código era para o NT, não tenho culpa que eles andem
a desenvolver para sistemas concorrentes. Também deve ser
cromo!!!
Fui para casa, decepcionado. Fiz um panelão
de arroz e grelhei uma truta. Acabei o trabalho e fui dormir.
Terça-feira, 29 de Fevereiro de 2000
Acordei tarde e mal como de costume. Ainda fiquei
pior quando o Singh me mostrou que eu me ando a ligar à Internet
através de um ponto de acesso, que apesar de ter o mesmo
indicativo telefónico de minha casa, não é considerado
como número de chamada local. Pimba, uma contita engraçada
de telefone para pagar. Estes americanos, começam-me a meter
uns nervos... Não conseguem ser como as outras pessoas?
Isto cabe na cabeça de alguém, um número que
tem o mesmo indicativo e não é local? Isto é mais
uma maneira de sacar dinheiro ao pessoal... Vocês haviam
de ver a quantidade de impostos, taxas e extra cobranças
que aparecem na conta do telefone... Para verem eram 6 folhas de
detalhes e só uma é que era a que tinha as chamadas
efectuadas. Ah! Gente anormal!!!
Fiquei um bocado podre com esta história...
Aqui é preciso ter os olhos bem abertos senão somos
enganados, e depois, para andar no ferry é uma balda.
No escritório, estava embrenhado nos meus
afazeres normais e apareceu-me por cá o Jesse a convidar-me
para ir dar uma volta com ele... ali à esquina. Como era
hora de almoço e como até confio na masculinidade
do rapaz, fui,... Mas ir dar uma volta até à esquina...
Eu já estava de pé atras com os americanos e não
me apetecia estar a ter problemas no escritório.
Mas afinal era para ir ver uns móveis que
ele estava a pensar comprar e como precisava de uma segunda opinião,
e como pobre como ele, cá no escritório, só eu
mesmo. Fomos ver os móveis. Eram móveis feitos em
madeira reciclada... E o Jesse fez uma cara de quem não
sabe o que é madeira reciclada e lá o portuga teve
que explicar ao americano. Isto é que é cultura,
saber o que é madeira reciclada, não é para
qualquer um... Aliás eu acho que vou sugerir ao Expresso
para incluir no caderno Cartaz uma secção sobre o
caruncho e o uso da madeira reciclada na construção
de moveis em Paços de Ferreira e arredores.
Não comprou e pronto...
Voltei ao trabalho e fui para casa no fim do dia.
Os dias começam a ficar mais longos, apesar de aqui não
haver um dia que não chove há 12 dias. Record do
sítio, não podiam ter deixado o record para outra
altura que eu não estivesse cá de bicicleta.
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