Sábado, 5 de Fevereiro de 2000
Dia de ano novo chinês. Este é o ano
do Dragão. E como seria de esperar os chinocas fizeram-se
ouvir logo desde manhã com as suas bombinhas. O facto de
ser dia ano novo, pode explicar muita coisa, em relação à concentração
de olhos em bico na discoteca Ten
15 no dia anterior.
O acordar foi violento, não que houvesse
muita ressaca, falo por mim, porque eu concentrei-me na cervejinha Budweiser (vocês
acreditam que estes tipos até para entrar no site da cerveja
perguntam se temos mais de 21 anos) que não faz mal à saúde
e até se parece com a nossa querida Super
Bock (vejam que nós ou menos não somos hipócritas),
mas porque a luz e o barulho da rua são dolorosos para quem
quer dormir. Como é bom viver no campo.
Fomos almoçar ao Burger
King de Powell St., isto porque andamos fartos de MacDonalds,
segundo o Diogo. Vai lá um tipo perceber qual é a
diferença. Mas parece que existe, porque a Rita, foi comprar
ao Mac para vir comer connosco no BK.
Fomos tomar café ao Starbucks de
O'Farrell St. dos poucas cadeias de cafetarias que sabe o que é um
expresso, e não é das mais caras, por $1.20 mata-se
o sono com um tiro certeiro.
Elas foram ao Safeway fazer
umas compras pessoais e mais umas para o nosso jantar. Separamo-nos
ali e combinamos encontrarmo-nos na discoteca Amoeba (que
se lê Amiba como o latim, vai lá um tipo perceber
estes Americanos) em Haight St. por volta das 6h da tarde.
Nós fomos passear. Fomos ver uma loja de
Banda Desenhada em Sutter St., mas vendia tanta banda desenhada
como móveis e candeeiros. Só BD franco-belga, para
isso comprava em português, não ia ler umas traduções
ainda piores que as da Meribérica.
Passámos pela Niketown, que é assim
uma loja da Nike com
quatro andares e onde eu gastava o meu ordenado e mais algum se
não fosse um rapaz controladito. Eu e os outros, o Diogo,
o Carlos e o Nuno. A melhor foi quando deparámos com uma
parede vidrada que expunha as sapatilhas e chuteiras de 12 futebolistas.
Imaginem vocês que nós estávamos em grande,
representados pelas sapatilhas do Rui Costa e pelas chuteiras do
Dani. Segundo o letreiro, porque as chuteiras que eles diziam ser
do Dani, estavam assinadas pelo Figo. Estes tipos não percebem
mesmo nada de futebol (soccer?).
Daí passámos à loja ao lado,
isto em Post St.. A loja da The
North Face que estava em saldos e cheia de gente. Fui ver o
preço da mochila Liberty, que ando a pensar comprar para
me deslocar com as minhas coisas por cá. Ainda está um
bocado cara... ou é que não me apetece dar aquele dinheiro,
apesar dos 30% de desconto? Mais uma loja em que se gastava este
e mais alguns ordenados mensais.
Fugimos!!!!
Fomos para Chinatown.
O Carlos resolveu andar a ver câmaras fotográficas
digitais. Na primeira loja que entrou começaram por lhe
pedir $520, mas quando saiu já estava a $399. Na loja a
seguir custava $350 e na outra seguintes pediram $299... não
havia mais lojas, porque desconfio que saíamos de Chinatown
todos com máquinas digitais e com os bolsos cheios de dinheiro.
Descemos a Colombus Av. e passámos por uma
equipa de gravação de um programa qualquer de televisão,
que filmava uma criancinha que se passeava em Jack Kerouac Alley,
entre a Livraria
City Lights o Café Vesuvio.
Estes dois estabelecimentos são os ícones de toda
a geração beat, marcada pelo escritor que deu o nome à tal
viela. Mas a livraria, que julgo ter sido remodelada não é nada
de especial, aliás pensei que estaria toda virada do avesso,
mas até estava arrumada. O Vesuvio é que sim é um
verdadeiro monumento, os candeeiros parecem vitrais e o ambiente é tão
dark que parece de noite lá dentro. Mas estávamos
atrasados e voltamos uma noite destas, para lhe tomar o sabor.
Vimos o dragão chinês que vai desfilar
no próximo dia 19 pelas ruas de SF, para comemorar a entrada
do ano chinês,
que foi ontem... Será que os Chineses já estão
a ficar como os americanos?
Na Amoeba e como é normal, para quem nunca
lá foi, uma pessoa tem que se controlar para não
gastar este e mais outro ordenado em CDs usados (vejam as fotos
no site e digam-me alguma coisa). Eu fiquei-me pelo CD dos U.N.K.L.E..,
que estou a ouvir enquanto vos escrevo, mas houve quem não
se aguentasse.
Voltamos para casa sem ver muita coisa da zona,
mas o bilhete do autocarro que é válido por duas
horas estava a terminar e não nos apetecia pagar mais $1
para voltar. Os bilhetes do Muni que é o
sistema de transportes municipais, valem por duas horas depois
de comprados, com quantos transbordos quisermos fazer.
Chegados a casa, era hora de cozinhar. No início éramos
7 para jantar, mas de repente passámos a 11. E o jantar
que era Caril de coxas de frango com arroz teve que chegar. Os
cozinheiros de serviço comeram (eu e a Rita) comeram um
coxa a mais e os outros, que conseguiram chegar a tempo, comeram
mais uma dose de arroz com molho. Modéstia à parte,
estava uma maravilha. Que diga a carpete de casa delas, que provou
do prato do Nuno.
A noite não passou muito dali. Uns joguinhos
e umas trocas de mails, porque não havia televisão
e a noite foi morrendo.
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